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"Fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar", diz atriz

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"Fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar", diz atriz

Por Pesquisa Web

Atriz publicou relato na revista Glamour sobre o ocorrido. 

 

A atriz Giselle Itié falou em maiores detalhes sobre o estupro que sofreu aos 17 anos, quando ainda era virgem. Ela expôs o caso pela primeira vez em dezembro do ano passado, ao participar da campanha Nem uma a menos, que luta pelo fim da violência contra a mulher, e publicou um vídeo nas redes sociais. Agora, escreveu para a revista Glamour um relato em primeira pessoa sobre o relacionamento com um namorado 15 anos mais velho e o episódio.

Giselle revela que viajou com o namorado, a quem chama de X, "infelizmente" com o consentimento dos pais, que recomendaram que ela não bebesse. A atriz afirma que só tomou sucos de laranja mas foi dopada. "Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada. X me desejou boa-noite e me chamou de Cinderela. Acordei. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo. Olhei melhor e o vi nu. Susto. Me olhei. Nua. O chão forrado de garrafas vazias. Eu forrada de amnésia. Foi difícil sentar. Então vi o que eu já imaginava. Perdi a virgindade. Me perdi", escreve.

E acrescenta: "Sem saber o que fazer, me tranquei no banheiro. Senti nojo de mim, vergonha, medo. O que aconteceu? Notei meu corpo machucado, roxo, mordido. Não conseguia pensar nem chorar. Só queria o abraço da minha mãe. Como zumbi, fui para o chuveiro e tentei me limpar, tirar a sensação de sujeira. Embaixo da água, me senti de alguma forma protegida. E chorei. Me dei conta de que não era pesadelo quando escutei o X batendo na porta. Num dado momento, me levantei aos prantos e exigi, do outro lado da porta: 'Quero ir para a minha casa agora!'. Ele tentou dizer que não dava e entrei em surto. X concordou em me levar".

Itié conta que, ao chegar em casa, contou do ocorrido para a mãe, que procurou o rapaz, mas manteve o estupro o em segredo para o pai. "Eu? Eu me sentia oca. Sentia tanto quanto não sentia nada. Passei a me vestir com as roupas do meu pai (Freud explica), queria sumir", relata. "Com a ajuda do tempo, da minha mãe e da terapia, comecei a me reencontrar. Decidi ligar para o booker da agência. Lembra? Fui fazer aula de TV e cinema, estudar jornalismo e trabalhar como modelo para pagar o curso. Tudo isso fez um baita barulho em casa, claro, mas eu não era mais aquela Giselle. Total fênix. A imagem das princesas encantadas foi engolida. Eu me sentia o Hulk e contestava tudo que achava injusto, como a Mafalda", diz ela, falando sobre as transformações na vida depois do abuso.

Giselle Itié termina o texto falando sobre a necessidade do feminismo e pede união entre as mulheres: "Estamos (sobre)vivendo na cultura do estupro. A cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil. Ou seja, todo movimento é importante para chegarmos mais perto do fim da desigualdade de gênero. Foi duro escrever este texto, mas isso me fortaleceu ainda mais. Meninas, precisamos nos unir! Nosso futuro agradece".

 

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