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Projeto da Escola Olodum vai atender mais de 850 jovens baianos

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Projeto da Escola Olodum vai atender mais de 850 jovens baianos

Por: Pesquisa Web

Foto: Pedro Moraes/GOVBA

Mais de 850 jovens baianos em situação de vulnerabilidade social terão a oportunidade de ingressar em cursos profissionalizantes de Percussão Samba-Reggae, Dança Afro e Canto, além de oficinas de tranças e turbantes. Eles serão atendidos pelo Projeto Escola Olodum: Pela Paz e Pela Vida – Educação, Cultura e Cidadania nas Comunidades, nos bairros de Nordeste de Amaralina, Uruguai e Pelourinho, em Salvador. A ação é resultado de uma parceria entre o afro Olodum e o Governo do Estado, que através da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), investiu R$ 1 milhão para que as aulas aconteçam.

No Pelourinho, o pontapé inicial já foi dado, com a aula inaugural realizada na última sexta-feira (13), na Escola Olodum. No núcleo do Centro Histórico são atendidos 70 jovens entre 15 e 19 anos, que vão participar dos cursos profissionalizantes de Percussão Samba-Reggae, Dança Afro e Canto, por meio de oficinas continuadas, com duração de pelo menos 10 meses. Já nos bairros de Nordeste de Amaralina e Uruguai as aulas começam no final deste mês, também em parceria com as Bases Comunitárias de Segurança do Programa Pacto Pela Vida, atendendo 800 jovens entre 15 e 21 anos.

Para o presidente do Olodum João Jorge, a Escola promove muito mais do que a educação musical e artística, cumpre um papel ainda maior. “A nossa ideia é levar, além da conscientização sobre a cultura afro, educação, e, assim, evitar a proliferação do crime, da violência, e trazer uma cultura de paz. Estamos formando aqui as próximas gerações de ativistas da cultura, dos direitos humanos, e essa parceria com o Governo do Estado veio dar o tom que faltava no nosso projeto. Essa união entre Olodum e Estado só pode resultar na promoção de uma cultura da igualdade”, contou.

E esse sentimento é passado aos jovens como Yuri Gonçalves, de 19 anos, que já participou de oficinas no Olodum e outros projetos sociais e, agora aposta na formação continuada de percussão. “Aqui eu aprendo muito além do que tocar o instrumento, eu aprendo o significado de ser negro, o meu papel na sociedade, enquanto jovem negro e morador da periferia. Agora eu quero é levar isso para o bairro onde eu moro, no Arenoso, onde já mantenho um projeto social e ensino tudo que eu aprendo aqui para jovens como eu”, comentou Choco Show, como Yuri é conhecido na turma.

Para o secretário de Justiça Social, Geraldo Reis, que foi prestigiar a aula inaugural no Pelourinho, o projeto faz da música uma ferramenta estratégica para fornecer noções sobre cultura, cidadania, autoestima e defesa de direitos da juventude negra. “A iniciativa traduz a utilização legítima do tambor como instrumento de congraçamento, sinergia e integração da juventude para uma convivência social mais saudável e do caminho do bem”, contou o secretário.

Inspiração

Para os jovens que começam esse novo ciclo de aulas, além dos professores que são referência no meio musical, alguns músicos famosos começaram exatamente como eles, como o cantor e percussionista Lucas di Fiori. Trabalhando atualmente no próprio projeto musical, a banda Soul Tambor, Lucas começou sua trajetória de sucesso na Escola Olodum, aos noves anos. Gravou seu primeiro disco aos 12 anos, com a Banda Mirim e de lá para cá colecionou prêmios nos 21 anos de carreira em que se manteve no Olodum. Depois de tantas experiências, Lucas diz que ter participado desse projeto mudou sua vida.

“Aprendi tudo o que sei sobre cultura, comportamento, postura, com a Escola Olodum. Eu saí de uma comunidade simples, humilde e fiz turnês internacionais, toquei e cantei com grandes músicos, tudo isso através do Olodum. O que eu tenho a dizer para esses meninos é: aproveitem cada oportunidade, aprendam o máximo que puderem. A Escola oferece muito mais do que um mercado de trabalho, oferece um projeto para uma vida inteira”, contou Lucas.

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