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'Gatos' e arrojados, novos repórteres causam desconforto na Globo

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'Gatos' e arrojados, novos repórteres causam desconforto na Globo

Por: Pesquisa Web

Danilo Vieira, o 'Repórter Gato', em reportagem sobre escolas do Rio no Bom Dia Brasil do último dia 10

Uma nova geração de repórteres está dando o que falar nos bastidores da Globo. Eles chamam a atenção pela beleza, pela juventude (têm pouco mais de 30 anos) e pelo texto arrojado. Abusam de construções que até pouco tempo eram proibidas na emissora, como o uso de perguntas nas reportagens.

Adoram "conversar" com o telespectador enquanto falam de estatísticas. E aparecem de formas às vezes inusitadas _correndo, por exemplo.

Alguns já viraram "queridinhos" William Bonner, o poderoso editor-chefe do Jornal Nacional. Mas estão sendo detestados por repórteres veteranos. Nas conversas entre jornalistas, profissionais com décadas de serviços prestados (e alguns prêmios conquistados) torcem o nariz para nomes como Phelipe Siani e Danilo Vieira. Dizem que o primeiro repete sempre a mesma estrutura. Já o segundo faz muitas "gracinhas", aparece mais do que a notícia. Para os veteranos, o jornalismo está mudando _para pior. E os novos repórteres são todos iguais.

Chamado de "clone de William Bonner", por causa do topete, Siani foi promovido ao Jornal Nacional em abril, após quatro anos nos telejornais locais de São Paulo Seu texto é considerado um modelo do que a nova fase do jornalismo da Globo quer: informal e conversado, capaz de tornar atraente uma reportagem de um tema econômico árido. Editores da emissora em todo o país orientaram repórteres a prestar atenção na maneira como Siani trabalha. Cópias já começaram a aparecer.

Danilo Vieira é da mesma "escola" de texto de Siani. Está há sete anos na Globo do Rio de Janeiro e trabalhava como editor do Bom Dia Brasil até conquistar espaço como repórter durante a Copa do Mundo de 2014, trabalhando de madrugada. Dos telejornais locais do Rio, saltou para o Bom Dia Brasil e, mais recentemente, foi parar no Jornal Nacional. Em junho, causou furor nas redes sociais ao aparecer no JN correndo, de camiseta agarrada e calção, exibindo músculos bem definidos e a pele bronzeada. Ganhou imediatamente o apelido de "Repórter Gato".

A reportagem que deu fama a Vieira tem todos os elementos que os veteranos reprovam _além do charme do repórter. Ele começa o texto, sobre uma pesquisa mostrando que o brasileiro é sedentário, fazendo perguntas para o telespectador. E termina com uma "gracinha", desnecessária para a "velha guarda". Comenta, mostrando imagens de atletas e da estátua de Carlos Drummond de Andrade em calçadão do Rio: "Tantos polichinelos, remadas, corridas e o Carlos parado. Nesse caso pode. É licença poética".

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