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Jovem confunde nódulos com cravos e descobre doença rara; entenda

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Jovem confunde nódulos com cravos e descobre doença rara; entenda

Por: Sites da Web

Jovem de apenas 23 anos já teve mais de 10 mil nódulos espalhados pelo corpo por conta da doença rara
 

Quem vê Nicole Cruickshank tendo que deixar de ir à festas, encontros, faculdade e até mesmo ao trabalho por conta dos nódulos que se formam diariamente em sua pele não imagina o que se passa com a garota. “Gorda preguiçosa” é o que mais a britânica de 23 anos escuta das pessoas que a julgam e não fazem ideia do que acontece com seu corpo.

Por mais de dez anos ela sofre com uma condição rara que a faz ter diversos abscessos – nódulos na pele que acumulam pus e outros detritos – doloridos, e que foram capazes de deixa-la constrangida a ponto de esconder o que estava acontecendo de amigos e familiares durante muito tempo.

Por falta de informação e vergonha, no início ela pensou que os caroços que não paravam de aparecer em diversas partes de seu corpo eram cravos e que o máximo que poderia lhe acontecer era ficar com a pele manchada depois que as feridas cicatrizassem.

“A primeira vez que percebi que havia algo errado foi quando vi inúmeros cravos na parte de dentro da minha coxa. Não demorou muito até que se transformassem em manchas cheias de pus, com uma dor horrível. As feridas ficavam vazando na escola quando explodiam e, apesar das inúmeras visitas ao médico e ao hospital, nada ajudava a melhorar a situação", contou Nicole ao jornal britânico The Sun.

Dificuldade
No entanto, desde que começou a reparar nas inflamações de seu corpo, a jovem já contou mais de 10 mil abscessos que formaram cicatrizes e precisou insistir em buscar uma ajuda médica. Só então ela foi diagnosticada com uma condição rara, conhecida como hidradenite supurativa, que consiste no surgimento de lesões cutâneas doloridas, que podem variar de tamanho e secretam pus.

Como exemplo de como a situação é grave, a garota conta que uma vez um abscesso apareceu em seu braço e ficou tão grande que ela não era capaz de mexer o membro, deixando-a presa em uma posição desconfortável. Apesar de geralmente estourarem naturalmente, os médicos afirmaram que aquele caso deveria ser drenado para que diminuísse de tamanho o quanto antes.

"Mas, antes disso, a lesão acabou explodindo por conta própria. Até hoje, se eu espremer a área sai pus, mesmo cinco anos depois da aparição", contou Nicole. Apesar de ser bastante penosa, a doença não é letal. Porém, os especialistas afirmam que a britânica corre sérios riscos de desenvolver sepse, uma infecção que pode ser fatal, caso as feridas, quando abertas, sejam infectadas.

Além disso, a qualidade de vida da jovem também fica comprometida, fazendo com que ela ganhasse peso, já que é um desafio fazer grandes caminhadas ou se exercitar diante das dores na pele quando as áreas inflamadas entram em atrito com a roupa, por exemplo.

"Eu costumo obter um abscesso novo todos os dias e cerca de quatro grandes por semana. Geralmente eu não vou ao hospital porque sei que eles não podem fazer nada além do que eu mesma faço. Mas, por conta das ausências para tratar as lesões, eu tive que desistir do meu emprego”, lamenta a jovem.

Hidradenite supurativa
De acordo com Anjali Mahto, dermatologista consultor e porta-voz da British Skin Foundation, essa é uma doença de pele dolorosa e crônica inflamatória, caracterizada por abscessos e cicatrizes, que muitas vezes afetam as axilas, a virilha, as nádegas e os peitos.

A explicação para a enfermidade afetar essas regiões, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é que a pele destas áreas é mais rica em um tipo de glândula, a sudorípara apócrina. Antes, acreditava-se que a condição representava uma inflamação, ou infecção, destas glândulas. Porém, hoje, é constatado que ela surge da inflamação dos folículos pilosos dessas regiões.

"Geralmente, mulheres, fumantes e pessoas com excesso de peso são mais propensas a terem esses sintomas. A maioria dos pacientes que possuem essa infecção são afetados por enorme sofrimento psicológico, além da dor física", ressalta o dermatologista da British Skin Foundation.

Outros fatores de risco para o desencadeamento das feridas é o período da puberdade, ou adolescência, onde há o balanço de hormônios. Ter um histórico familiar da condição também pode ser um sinal de que a próxima geração também desenvolverá a doença.

Conforme explica a SBD, ainda não se sabe ao certo quais são as causas das lesões, mas ela pode-se considerar essa enfermidade como autoinflamatória, ou seja, quando há uma resposta inflamatória exagerada que agride e danifica a pele e as estruturas associadas. Além das dores, as cicatrizes podem manchar a pele e também restringir os movimentos, principalmente, quando as lesões aparecem nas axilas ou coxas. O odor das feridas também pode incomodar.

Esses efeitos podem causar isolamento social, por isso é recomendável que, além da ajuda de um dermatologista, o paciente com hidradenite supurativa procure passar com um psicólogo, já que as chances de entrar em depressão são grandes devido às limitações da doença.

Tratamento
Na maioria dos casos, o tratamento vai de acordo com a gravidade de cada caso. Mas, entre as recomendações, é importante que o paciente faça uma higienização correta nas áreas afetadas, e evitar usar roupas apertadas, além de perder peso, no caso de obesos e abandonar o cigarro, no caso de fumantes.

Entre outras medidas que podem ser feitas pelos pacientes que sofrem com as inflamações, é aconselhável aplicar compressas de água morna para auxiliar na diminuição dos caroços e do inchaço. Os antibióticos para controlar a situação podem ser usados via oral ou em forma de creme. Em algumas mulheres, o uso de anticoncepcionais hormonais também pode ajudar, segundo a SBD.

Para os nódulos crônicos relacionados a cicatrizes é possível fazer um tratamento cirúrgico, e, em situações mais sérias, é possível partir para o uso de medicamentos imunossupressores. Fonte: IG*

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