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Nível técnico bate nível superior na retomada do emprego na indústria

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Nível técnico bate nível superior na retomada do emprego na indústria

Por G1

Linha de montagem em fábrica automotiva.

 

A indústria absorveu mais trabalhadores de nível técnico que de nível superior no primeiro semestre deste ano, aponta levantamento do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) divulgado nesta segunda-feira (11). Segundo a pesquisa, atividades mais próximas à linha de produção – operadores, técnicos de manutenção e de vendas, por exemplo – voltaram a abrir vagas, enquanto as oportunidades para engenheiros e diretores continuam baixas. Das dez áreas de engenharia pesquisadas, apenas três tiveram saldo de empregos positivo.

O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, credita esse cenário à recuperação do consumo das famílias e ao perfil do próprio sistema de emprego. Segundo ele, os dados também revelam "sinais de recuperação" da indústria e da economia, de modo geral. "O sistema de emprego, via de regra e em qualquer atividade, é piramidal. Por exemplo, você tem um professor titular, alguns adjuntos, vários auxiliares e ainda mais alunos", explica Lucchesi. Essa lógica se repete em outros ambientes, como a indústria.

Essa distribuição do trabalho, segundo o diretor do Senai, faz com que os empregos de menor qualificação sejam os primeiros na "fila do corte" quando a crise chega – e os primeiros na fila da recontratação, quando a economia se estabiliza. Em outro estudo recente, o Senai apontou que o Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2020. Segundo o órgão, boa parte desse número se refere à requalificação – por exemplo, alguém que já atua como eletricista, mas precisará fazer um curso de automação para se manter competitivo.

Profissões 'promissoras'
De acordo com o Senai, devem levar vantagem nessa retomada os profissionais capazes de trabalhar em diversos segmentos da economia. Nesse sentido, um "técnico em manutenção de máquinas e equipamentos", por exemplo, tem mais chances no mercado que um "especialista em editoração". "Se o trabalhador tem uma formação transversal, tende a ficar mais tempo vinculado ao emprego, e menos tempo desempregado. Só fica em situação adversa se a economia cair como um todo. Em geral, há setores caindo e setores em maior desenvolvimento, ao mesmo tempo", diz Lucchesi.

O economista afirma que todas essas formações "transversais", mais versáteis, estão associadas à tecnologia da informação. Mais que isso, estão ligadas ao conceito de indústria 4.0 – que, além de TI, engloba áreas como "internet das coisas", "cyberserviços", "virtualização" e outros conceitos que, até pouco tempo atrás, eram restritos aos "think tanks" de engenheiros na Europa e nos EUA.

Lucchesi também negou que essas formações técnicas, por serem mais rápidas que um curso superior, tenham remuneração inicial menor. "Um técnico em mineração recém-formado, por exemplo, tem salário médio inicial de R$ 7 mil.

E quais são essas áreas?
O levantamento do Senai usou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A lista do órgão foi dividida por nível de formação – qualificação de até 200 horas, qualificação superior a 200 horas, curso técnico (de 800 a 2 mil horas) e curso superior. As engenharias foram consideradas em uma outra tabela.

 

 

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