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Marido de professora morta em creche conheceu assassino em consultório

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Marido de professora morta em creche conheceu assassino em consultório

Por: Sites da Web

Luiz Carlos, com a foto da mulher e a santa de devoção dela, se lembra de ter atendido o vigia Damião dois anos antes do incêndio.
(Foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)

 

“Realmente, foi ironia do destino, uma coincidência ruim.” A frase é do protético Luiz Carlos Batista, de 42 anos, marido da professora Heley de Abreu Silva Batista, que morreu em consequência das queimaduras sofridas enquanto tirava seus alunos do incêndio na Creche Gente Inocente. Morreram na tragédia Heley, nove crianças, além do autor do ataque, o vigia Damião Soares dos Santos. A coincidência ruim a que Luiz Carlos se refere é um contato anterior que ele manteve com Damião.

O marido da professora conta que, logo após o sepultamento de Heley, com a ampla divulgação de uma foto do autor do ataque à creche, ele se recordou do homem. “Exatamente dois anos antes, eu atendi aquele sujeito. Ele me procurou no meu laboratório e disse que estava precisando de uma prótese (dentadura) superior”, relata o protético, que está cursando odontologia.

Luiz Carlos conta que o homem já usava dentadura, mas que estava com a parte superior desgastada, necessitando de outra prótese. Ele conta que atendeu o vigia prontamente e deu o máximo de atenção a ele, a quem também procurou ajudar, sem imaginar que aquele homem um dia poderia causar tanto mal. Não se recorda mais quanto exatamente cobrou, mas lembra que para facilitar o pagamento, recebeu uma parte em picolés que Damião fazia.

Ao exercitar a memória, Luiz Carlos lembrou também que o comportamento e algumas perguntas de Damião lhe chamaram a atenção. “Sem ter nenhuma ligação com a área de odontologia, ele ficou dizendo que queria fazer curso de prótese e pediu o endereço de onde havia o curso. Mas falava sempre de cabeça baixa, sem olhar para o rosto da gente”, descreve. Conforme a irmã do vigilante que cometeu o bárbaro ataque a creche, Simone Soares dos Santos, de 42, Damião “gostava muito de ler sobre tudo” e concluiu o ensino médio depois de adulto, em curso supletivo.

Ao receber a reportagem, o protético e estudante de odontologia disse também que teve a informação de que Damião esteve em uma loja em Janaúba e informou que não estava bem, mas que mesmo assim continuou trabalhando na creche. “Como puderam deixar um monstro desses trabalhar insano em uma creche?”, indigna-se Luiz Carlos, que também questiona o fato de o prédio não ter nenhum equipamento de prevenção contra incêndio. “Talvez, se tivesse pelo menos um extintor, a história teria sido outra.”

ENTREVISTA

Luiz Carlos Batista, marido da professora Heley de Abreu Batista, morta no incêndio da creche gente inocente
“Como eu poderia imaginar que, no futuro, aquele homem seria o assassino da minha mulher?”

Como você se recordou do vigia Damião Soares dos Santos?
Eu me lembrei dele quando falaram que era um moço que vendia sorvetes e picolés, que ele mesmo fabricava. Que tinha uma moto vermelha e morava no Bairro Rio novo. Depois o reconheci pela foto. Exatamente dois anos antes, eu atendi aquele sujeito. Ele me procurou no meu laboratório e disse que estava precisando de uma prótese superior (dentadura).

Como ele se comportou na época em que você o atendeu?
Achei o comportamento dele muito estranho. Ficou dizendo que queria fazer curso de próteses. Mas a todo momento falava de cabeça baixa, sem olhar para a gente. Também me lembro que até o orientei sobre como deveria usar a prótese. Como eu poderia imaginar que no futuro, aquele homem seria o assassino da minha mulher e das crianças?

Depois de se recordar dele, qual sua opinião sobre o histórico de Damião e o ato que ele cometeu?
Será que ninguém observou nenhum traço diferente no comportamento dele? Geralmente quando as pessoas conversam, elas encaram as pessoas no olho e dizem frases conexas. Ele não. Informações do Portal de Minas*

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