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Ex-paciente diz que 'Doutor Bumbum' aplicou até silicone industrial

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Ex-paciente diz que 'Doutor Bumbum' aplicou até silicone industrial

Por: Pesquisa Web

A economista Thais Buenno diz que Denis aplicou silicone industrial em suas nádegas

 

Uma ex-paciente do médico Denis Cesar Barros Furtado, de 45 anos, o "Doutor Bumbum", resolveu quebrar o silêncio, depois da notícia da morte da bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci — que morreu ao passar por um procedimento estético nos glúteos. A economista brasiliense Thais Oliveira Buenno, de 23, conta que em abril do ano passado também se submeteu ao mesmo procedimento na casa da mãe do médico, em um condomínio na Asa Sul de Brasília. Denis, segundo ela, fez a aplicação do produto na sala da casa sem nenhum tipo de equipamento de emergência: "Além disso, paguei pelo metacril, e ele também aplicou silicone industrial".

Vivendo em Los Angeles, na Califórnia, onde faz pós-graduação em Economia, Thais conta que ficou sabendo da morte da bancária pelas redes sociais e resolveu contar o que aconteceu com ela.

—No meu caso, cheguei até o Denis através da indicação de uma amiga. Vi que o médico era muito conhecido nas redes sociais e acabei ganhando confiança para fazer o procedimento. Entrei em contato com a equipe dele e fui. Tudo feito no mesmo dia. Eles me informaram que era um SPA médico, mas quando cheguei era a casa da mãe dele. Paguei R$ 700 pela consulta e mais R$ 14,2 mil pelo metacril.

Achei estranho quando entrei na sala e vi que só tinha uma maca e nada de equipamentos de emergência, mas ele disse que era um procedimento simples — conta Thais Buenno. A economista conta que além do médico, também estavam na casa a mãe dele, a namorada e a instrumentista. E que começou a fazer a aplicação do produto por volta de uma da manhã. E que mesmo recebendo anestesia local, sentiu muita dor:

— Quando ele começou a aplicar, senti uma dor gigantesca. Reclamei muito, mas ele disse para eu aguentar que era normal. Voltei a afirmar que estava doendo e ele continuou aplicando. Saí da clinica, por volta das três horas da manhã e fui para casa dirigindo o meu próprio carro. Cheguei a dar carona para a instrumentista dele e ficamos amigas. Fiquei quatro dias com febre. Um tempo depois, reparei que estava com alguns nódulos no bumbum e que o resultado não estava como o esperado, foi quando entrei em contato e ele falou para eu voltar que aplicaria mais, mas fiquei com medo.

Alguns meses depois, Thais conta que a própria instrumentista do médico, que havia deixado a função, revelou que parte do material utilizado no procedimento não era metacril.

— Ele aplicou silicone industrial nas minhas nádegas. Fui a um outro médico e quando fiz uma ressonância, o doutor me alertou que realmente existia um outro material. Cheguei a pensar em processar, mas já estava envolvida com a minha mudança para os Estado Unidos e acabei desistindo — conta a estudante: — Hoje, eu teria o dobro de cuidado. A gente precisa pesquisar muito, antes de entrar em uma mesa de cirurgia.

ENTENDA O CASO
Lilian Calixto saiu de Cuiabá, no Mato Grosso, para realizar um procedimento estético nos glúteos no sábado, dia 14, segundo seu enteado. Após a intervenção plástica na cobertura de Denis, de acordo com a família da vítima, a mulher passou mal e precisou ser atendida no hospital Barra D'or, também na Zona Oeste do Rio, mas não resistiu.

Após dar entrada no hospital, o quadro clínico de Lilian piorou. Ela passou por quatro paradas cardiorespiratórias, sendo que na última não respondeu às tentativas de ressuscitação. A morte da bancária foi constatada por volta das 1h12 do domingo. Ainda segundo o depoimento, no mesmo dia da internação, o médico recolheu os pertences da paciente (um anel de prata com pedra, uma aliança dourada, um anel de prata, um cordão prata com pingente, uma blusa de manga, uma blusa de alças, um par de tênis e um sutiã) e se retirou do hospital.

MÉDICO JÁ ERA INVESTIGADO
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no dia 10 de novembro de 2017 foi aberto um inquérito para apurar as circunstâncias em que Denis praticava procedimentos clínicos. Ainda de acordo com a PCDF, na ocasião, foram apreendidos na residência do médico em Brasília vários medicamentos e três armas de fogo e munições.

O médico ainda não é réu no primeiro caso, investigado pela 10ª DP no Lago Sul, mas foi processado por porte ilegal de armas. O caso foi enviado em dezembro de 2017 para a Segunda Vara Criminal do Plano Piloto e arquivado em janeiro desde ano. Na decisão, o juiz André Ferreira de Brito intimou Denis a esclarecer informações sobre a regularização das armas ou informar se tinha interesse em fazê-lo. Fonte: O Globo*

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