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"São 7 meses sem drogas. Tenho que agradecer à planta ibogaína e a Deus"

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"São 7 meses sem drogas. Tenho que agradecer à planta ibogaína e a Deus"

Por: Sites da Web

Caio Dias Leite, de 22 anos, fala sobre superação de dependência em maconha e cocaína: 'Estou feliz, minha família também. Tenho que agradecer à planta ibogaína e a Deus'

 

Aos 22 anos, Caio Leite Dias comemora estar chegando ao fim do ano de 2015 muito diferente de como começou. "São sete meses sem nenhum tipo de droga que altere meu humor, estou feliz, minha familia também. Tenho que agradecer à planta ibogaína e a Deus", diz em entrevista ao iG Saúde.

Durante dois anos, o jovem foi dependente químico e falar sobre o assunto ainda o deixa um pouco desconfortável. "Comecei a usar cocaína aos 20 anos e já fumava maconha desde os 17 anos. Pensava que fumando estava tudo bem, que tinha o controle absoluto sobre meu corpo e mente, mas não foi bem assim. As coisas começaram a desmoronar, comecei a comprar mais e mais, ficava devendo dinheiro para o traficante", narra Caio.

“O taxista ficava na esquina da minha casa, era acionado por mim e ía até a boca pegar a droga. Não consigo contar muito sobre a minha vida nesse momento, me sinto um pouco desnorteado quando penso na insanidade que fiz"

Para conseguir as drogas, ele contava com ajuda de um taxista. "Ele ficava na esquina da minha casa, era acionado por mim e ía até a boca pegar a droga. Não consigo contar muito sobre a minha vida nesse momento, me sinto um pouco desnorteado quando penso na insanidade que fiz", desabafa.

O pesadelo de Caio tornava-se cada vez pior conforme aumentava a fissura pela droga. "Pedia ajuda para minha namorada para pagar os traficantes e ela resolveu contar para a minha mãe. Na época, estava devendo quase R$ 500. Não sei como eles não me mataram. Acho que foi por saber que antes eu sempre dava um jeito de pagar e continuaria sendo um 'cliente'", lembra.

Psiquiatra e remédios que dopam
Nessa época, com a ajuda da mãe e da namorada, ele começou a se tratar com um psiquiatra, mas os efeitos do tratamento com fortes remédios deixavam o jovem " completamente fora de si", como ele explica: "Esses remédios me dopavam e me deixavam com sono o dia inteiro. Parecia que era a única saída. o médico dizia para minha mãe: 'ou fica dopado em casa ou fica na rua'". 
Descontente com a situação de Caio, a namorada dele resolveu procurar ajuda com um amigo que fazia um tratamento com uma nova substância, a ibogaína.

Novo tratamento: ibogaína
"Esse amigo veio me contar o que ele passou e falou sobre a ibogaína. Minha família e eu resolvemos viajar pra Paulinia, onde fica o Instituto Brasileiro de Terapias Alternativas. Fui com bastante medo pois amigos meus que tinham problemas com drogas sempre ficavam internados em alguma clínica dessas por no mínimo um ano. Mas, chegando lá, fui muito bem recepcionado por todos recebi muito carinho", lembra.

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgou esse novo método de tratamento que envolve uma raiz encontrada na África. O alcalóide extraído da casca da raiz do arbusto Tabernanthe iboga é utilizado em rituais africanos e funciona como um antídoto às drogas mais utilizadas atualmente. A substância denominada Ibogaína atua em alterações químicas estimulando a produção de dopamina no cérebro. Ela também proporciona alterações comportamentais, levando à reavaliação do paciente do seu passado, suas atitudes e a pensar o que pode tê-lo conduzido ao vício.

O IBTA
O Instituto Brasileiro de Terapias Alternativas, IBTA, localizado no município de Paulínia, interior de São Paulo, ministra o tratamento ao qual Caio foi submetido. “Sei que fiz a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Sou um homem livre, tenho a consciência forte, estou blindado para drogas pois aprendi o quanto elas fazem mal".

Segundo o diretor do Instituto, o mestre em medicina chinesa e Terapeuta Rogério Souza, a substância é liberada pela ANVISA e seu tratamento é eficiente e revolucionário. “O tratamento em nossa clínica se dá em 5 dias. O paciente não fica internado, ele somente passa pela clínica durante o horário dos atendimentos. Além disso, a família e os co-dependentes também recebem todo o suporte psicológico e emocional necessário”, explica Souza.

Ao final da entrevista, Caio sugere que ilustremos a matéria com uma foto sua com a namorada durante um pôr do sol. "Essa foto ilustra meu novo momento de superação e vida nova. Sei que fiz a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Digo - e todos sabem  - que hoje sou um homem livre, tenho a consciência forte, estou blindado para drogas pois aprendi o quanto elas fazem mal tanto para mim quanto para os que estão ao meu redor".

Caio Leite e a namorada: nova vida após superação de dependência em maconha e cocaína

 

Estatística cruel
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) revelou em seu relatório mais recente que aproximadamente 250 milhões de pessoas usaram algum tipo de droga ilícita no ano de 2013, isso quer dizer que a cada vinte pessoas, uma usou drogas. Do total de pessoas que fizeram uso de algum tipo de entorpecente, quase 30 milhões sofrem de dependência química. Para se ter uma ideia, este número é equivalente a toda a população de um país do tamanho da Malásia.

"Perdi o emprego, fiquei sem dinheiro"
O analista de suporte em TI Alexandre, de 39 anos, também é paciente do IBTA. "Estava usando crack, conheci essa droga em 1998 através de um amigo. Nessa época, já conhecia cocaína, mas não gostava porque ficava muito mal depois que usava, com o nariz trancado, não conseguia dormir e, o pior de tudo, tinha uma depressão depois do uso", lembra o esportista nas horas vagas. "Como sempre gostei de praticar esportes como natação, fazer trilhas de bike e exercícios de barra fixa, a cocaína ia na contramão de tudo isso. Portanto, gostava apenas de fumar um beck (maconha) e mais nada, nem cigarro eu fumava, também nunca tive problema com álcool", conta. “Quando as coisas começaram a piorar ainda mais, já quase não ficava mais em casa; eram 2 ou 3 dias em casa e o resto na boca de crack"

Alexandre explicar que, dentro do universo das drogas, viu sua vida desmoronar. "Perdi o emprego, fiquei sem dinheiro e começei a trocar tudo o que eu tinha por droga. Todo pouco dinheiro que eu conseguia ganhar ia para droga. Quando as coisas começaram a piorar ainda mais, já quase não ficava mais em casa; eram 2 ou 3 dias em casa e o resto na boca de crack. Estava cansado dessa vida, mas não conseguia parar, então, novamente pedi para ser internado", confidencia.

Após inúmeras internações convencionais, Alexandre afirma ter encontrado o que procurava apenas após ter sido apresentado à ibogaína. "Hoje, graças a Deus, após ter feito o tratamento, tenho minha vida de volta. Ainda moro com meus pais em Iracemápolis, uma cidade pequena com aproximadamente 25 mil habitantes no interior de São Paulo. Mas, isso agora é apenas questão de tempo", planeja.

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