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Exames do IML contrapõem laudo do HGC sobre morte de bebê; família quer justiça

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Exames do IML contrapõem laudo do HGC sobre morte de bebê; família quer justiça

Por: CN com Assessoria de Comunicação

O Hospital Geral de Camaçari emitiu em julho de 2014 um laudo que afirmava que um bebê que nasceu no dia 16 do mesmo mês havia morrido ainda na barriga da mãe. Considerando toda a luta da mãe do bebê para conseguir passar por uma cesariana no HGC, o pai da criança solicitou junto ao Ministério Público e delegacia do município, um exame no Instituto Médico Legal que, contrapondo a declaração do HGC, apresentou resultados afirmando que o bebê nasceu vivo.

Na época com 22 anos, Katiane Mendes Santana Barbosa grávida de, aproximadamente 41 semanas, procurou o HGC uma semana antes. Ela contou que, preocupado com o tamanho da criança que nasceu pesando quase 4,5kg, o médico que lhe acompanhou durante o pre natal, solicitou através de relatórios que a gestante passasse por uma cesariana o mais rápido possível. “Mas, eles fizeram pouco caso. Quando eu cheguei lá e mostrei o documento, simplesmente ignoraram. Fizeram uns exames de rotina em mim e mandaram que eu retornasse para casa”, contou a gestante, afirmando que dois relatórios com a mesma solicitação foram apresentados por ela.  

Em casa, sem conseguir suportar tantas dores, Katiane voltou ao hospital e, então, agendaram seu parto. Porém, quando esteve lá no dia e hora marcados, os médicos fizeram exames e mandaram que voltasse para casa, sendo reagendada sua cirurgia para o dia seguinte.

No dia seguinte – 16 de julho de 2014 – retornou para o hospital, para passar pelo procedimento. “Antes da cirurgia não foram feitos exames preliminares, como o de toque, por exemplo. Fui encaminhada, imediatamente, para o internamento”, contou Katiane, que denunciou maus tratos e estupidez de enfermeiras: “Falei para uma enfermeira que estava sentindo falta de ar, então ela disse para mim, ‘Não fique com suas coisas, porque os médicos daqui não gostam de mãe dengosa’. Fui maltratada do início ao fim”, declarou emocionada.

Enquanto era preparada, “da pior forma possível para a cirurgia”, o esposo de Katiane observava a tranquilidade do médico que se encarregou de fazer o procedimento: “Meu esposo me contou que o médico estava na maior tranquilidade, assinando uns documentos. Depois de muito tempo, foi que ele se dirigiu à sala de parto onde eu estava”. Katiane relata que quando seu bebê nasceu, ela conseguiu ouvir um choro. “Depois disso, ainda no centro cirúrgico o médico me perguntou se meu filho estava se mexendo, quando eu cheguei no hospital. Eu respondi que sim, e foi quando ele me disse que meu bebê nasceu morto, por conta de insuficiência respiratória”.

Katiane conta também que, após sair da sala de cirurgia, ela ficou em uma maca no corredor do hospital, por cerca de 1 hora e 40 minutos. “Eu não sabia de fato o que tinha acontecido. Os médicos passavam pelo meu esposo e não falavam nada. Uma enfermeira se compadeceu de minha situação, me acalmou, me medicou e chamou meu esposo. Foi então, que os médicos se aproximaram de nós e reafirmaram que o bebê estava morto dentro de mim, e que haviam feito o parto, apenas para retirá-lo”.

Com laudo do Hospital Geral em mãos, o pai da criança se encarregou de cuidar de todo procedimento para o sepultamento do corpo. “No cartório ele pegou uma certidão de natimorto, que eles dão como se a criança tivesse morrido dentro de mim. A moça do cartório comentou que estava fazendo muitas certidões desse tipo Meu esposo, então, perguntou de onde vinham tantas certidões, foi quando ela informou que vinham do HGC”.

Segundo Katiane, foi a partir daí que seu esposo começou a acreditar que tinha alguma coisa errada. Do cartório, ele se dirigiu ao Ministério Público e registrou uma queixa, em seguida foi na delegacia, solicitando que o corpo do seu filho passasse por exames no necrotério, para conhecer as reais causas da morte do bebê, pois não tinha certeza se o HGC estava falando a verdade. “O laudo demorou a saí e eu já havia perdido as esperanças. Estava ansiosa para saber do que meu filho morreu. Passou-se esse tempo todo, depois de ir várias vezes na delegacia, para verificar se o laudo já tinha vindo do IML foi que, finalmente conseguimos pegar o documento e confirmar nossas certezas, de que nosso filho nasceu vivo e, por conta de negligência dos médicos do HGC, ele morreu depois do parto, e não na minha barriga como os médicos do HGC insistiram que eu acreditasse”, conclui a mãe, que disse estar pronta para buscar justiça pelo que lhe aconteceu.

COMPARE O QUE DIZEM OS LAUDOS

LAUDO EMITIDO PELO HGC: "Após o procedimento foi constatado óbito do RN"

Ou seja: Bebê nasceu morto. Estava morto dentro da barriga da mãe.

 

LAUDO EMITIDO PELO IML: "Do exposto, depreende-se tratar de periciando com idade gestacional estimada em 43 semanas (10 meses), provas de vida extrauterinas positivas"

Ou seja: Bebê nesceu vivo. Estava vivo fora da barriga da mãe

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