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Em visita ao HGC, vereadores questionam suposta verba destinada à unidade

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Em visita ao HGC, vereadores questionam suposta verba destinada à unidade

Por: Geovânia Cruz

Na manhã terça-feira (17.04) os 19 vereadores de Camaçari visitaram o Hospital Geral do município, com o objetivo de verificar, pessoalmente, a atual situação desta unidade de saúde e esclarecer dúvidas que surgiram sobre uma possível parceria do governo municipal com o hospital. Os vereadores questionaram: “A prefeitura de Camaçari disponibiliza verba de 1.5 milhão para o HGC como foi declarado pelo prefeito?”.



Doutor Vanderlino, diretor administrativo do hospital, respondendo em nome do doutor Francisco, diretor geral que não se fazia presente na unidade, afirmou que o HGC nunca recebeu tal verba por parte da Prefeitura de Camaçari e, ainda acrescentou que o governo municipal, ao longo de quatro anos, tem retirado funcionários do quadro de pessoal que prestava serviço à unidade estadual. Segundo contou, a equipe que era formada por mais de trezentos profissionais, foi reduzida a setenta. “Se o HGC tivesse convênio com a prefeitura e recebesse essa verba, ela retiraria o pessoal daqui?”, questionou doutor Vanderlino.


Outro funcionário do hospital, que também participou da conversa com os representantes do legislativo municipal, foi o doutor Raimundo, coordenador administrativo do plantão que é um dos profissionais nomeados pela prefeitura de Camaçari, que continua na unidade. Dr. Raimundo declarou que uma das maiores necessidades do HGC é, justamente, de recursos humanos. “Aqui tem quatro salas para cirurgias e apenas dois cirurgiões. O ideal é que seja um cirurgião por sala, então, deveria em cada turno termos quatro médicos com esta especialidade”, completou.


Dos principais problemas apontados pelos vereadores, com relação às condições estruturais e de serviços prestados no HGC, estão: tomógrafo quebrado, leitos de UTI fechados por causa de infiltração, ar-condicionados com defeitos, laboratório e ambulâncias deterioradas. Especificamente, sobre o tomógrafo, o coordenador disse: “Neste momento ele está funcionando, normalmente. O problema é que trata-se de um equipamento antigo, e com isso é mais difícil encontrar peças, então a gente vai sempre dando um jeitinho”.


Continuando a visita, os vereadores foram ao laboratório, entraram na unidade de terapia intensiva, passaram pelas salas de Raio-X e onde se realizam os exames de tomografia. Diante do tomógrafo, doutor Raimundo falou de uma futura terceirização dos serviços de bio-imagem (Raio-X e tomografia), também chamada de Parceria Público Privado (PPP). Considerando essa possibilidade, os vereadores concordaram que a solicitação que deve ser feita ao secretário de saúde do estado, não é de um tomógrafo novo, mas da celeridade no processo de terceirização dos serviços: “Se a gente pedir o aparelho, não vem”, disse um dos parlamentares.


Passando pela emergência pediátrica do hospital e fiscalizando as condições dos banheiros, constou-se a presença de muita umidade, rachaduras nas paredes e a falta de limpeza adequada nos locais. “Aqui está quase limpo hoje. Na maioria das vezes é uma imundície”, declarou uma mãe que estava esperando atendimento e ainda denunciou: “Hoje tive que trazer meu filho para o HGC, porque na UPA da Gleba B não tem pediatra”.


As alas do HGC, consideradas em situações mais críticas são a de urgência/emergência e obstetrícia. Durante a visita, diversas gestantes esperavam atendimento no setor de pré-parto, diante de muito calor e sem qualquer conforto. A mãe de uma delas relatou as dificuldades em sua filha ser atendida. “Desde ontem à tarde venho aqui com ela sentindo dores. Um médico queria aplicar uma medicação para passar a dor. Como é que pode isso, se ela está em dias de dá à luz?” questionou.


“Cheguei aqui com meu filho há mais de uma hora para que fosse medicado, e até agora nada”, reclamou uma mãe que esperava na sala de medicação. Segundo disseram os pacientes que se encontravam no local, a única enfermeira que estava atendendo passou mal. Nesta sala, os vereadores puderam observar poças de água no chão, provenientes dos aparelhos de ar-condicionados em mau funcionamento.


Por volta das 12h30 os vereadores encerraram a visita ao HGC, comprometidos em elaborar um documento onde constarão todas as solicitações, de acordo com as necessidades que identificaram enquanto transitavam pelos corredores da unidade. Este documento deverá ser entregue posteriormente ao secretário de saúde do Estado, o senhor Fábio Vilas-Boas, ao mesmo tempo em que será convidado pelos parlamentares para uma nova visita ao HGC. “O secretário de saúde do Estado precisa vê em loco as condições deste hospital”, declarou um dos vereadores.

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