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Saúde
Por Sites da Web
Pacientes adultos infectados com zika, que contraíram encefalite e outras complicações neurológicas após a infecção, sofrem para realizar pequenas atividades diárias como beber um copo d'água. Mesmo depois de livres da encefalite, muitos ainda apresentam síndromes neurológicas variadas, tremores (característicos do mal de Parkinson) e perdas cognitivas típicas de demências.
Os casos geraram preocupações na equipe do médico e cientista Osvaldo Nascimento, professor titular de Neurologia e coordenador de pesquisa e pós-graduação em Neurologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro. A equipe está entre os pioneiros no Brasil na identificação da ligação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré e complicações como encefalites, encefalomielite disseminada aguda, meningoencefalite e encefalomielite.
Após um ano da descoberta dos primeiros casos, os médicos encontram outros desafios: "Cerca de 40% dos pacientes que acompanhamos apresentaram síndromes neurológicas variadas depois de sofrer encefalomielite ou meningoencefalite. A infecção pelo vírus zika continua um grande mistério. Aprendemos muito em um ano, mas o desafio continua imenso. Não sabemos ainda que reações o vírus é capaz de produzir para afetar os pacientes dessa maneira", disse Osvaldo Nascimento, chefe do serviço de referência para a doença no Hospital Universitário Antônio Pedro, em entrevista ao Globo.
A equipe de neurologia do hospital diagnosticou, cerca de 50 pacientes com Guillain-Barré e encefalites associadas ao vírus zika, sendo que 20 apresentaram sintomas inesperados. "Nossa amostra ainda é pequena, mas estamos preocupados e intrigados. É perturbador ver um adulto jovem ter sintomas semelhantes, por exemplo, aos da doença de Parkinson. Mas não se trata de Parkinson, e, sim, de uma síndrome neurológica distinta. O vírus zika parece permanecer no sistema nervoso como um terrível desafio" afirma o médico.
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