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Corrimento vaginal: tire suas dúvidas e aprenda a identificar cada tipo

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Corrimento vaginal: tire suas dúvidas e aprenda a identificar cada tipo

Por: Pesquisa Web

 

Corrimento vaginal ou vaginete é um dos problemas ginecológicos mais comuns na mulher. Trata-se de uma inflamação dos tecidos vaginais, que passam a produzir uma secreção anormal. Existem vários tipos de corrimento: causado por fungo, por bactéria, por flagelo etc.

E, como cada tipo de corrimento tem uma causa diferente, é importante que a mulher, sempre que possível, procure um ginecologista para ele fazer o diagnóstico e indicar o tratameto específico para cada caso. Porém, por mais que a mulher seja bastante atenta à sua saúde, vale ressaltar que nem todo corrimento deve ser motivo de preocupação.

Regina Maura Zetone, ginecologista e obstetra da clínica Dr. Família, destaca que corrimento é um sintoma bastante comum da mulher, sendo mais comum a partir da adolescência até após a menopausa. Pode ser normal ou patológico.

Domingos Mantelli, ginecologista, obstetra e autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”, ressalta que o corrimento nem sempre é sinônimo de preocupação, porém, normalmente é patológico. “O que a mulher tem, e que é normal, é uma secreção vaginal incolor, sem cheiro e que não coça, principalmente no período ovulatório. “Saiu disso, geralmente é um corrimento vaginal patológico e precisa ser tratado”, diz.

O que é um corrimento normal?
Mas, então, como saber exatamente se o corrimento é normal ou patológico? A partir de que momento é necessário procurar ajuda médica?

Regina explica que o corrimento normal, em geral, é provocado pela ação hormonal ou pela excitação sexual da mulher. “Uma ‘umidade’ que a mulher sente, mas que não tem odor, nem coloração diferente e nem causa coceira ou ardor. Tem mulheres que consideram essa secreção normal como corrimento e se incomodam com ela”, diz.

Porém, vale lembrar: esse corrimento fisiológico da mulher não deve causar preocupações.

José Luis Crivellin, ginecologista e obstetra da Clínica Crivellin, ressalta que o corrimento normal é incolor, transparente, semelhante a uma clara de ovo, não é acompanhado nem de prurido (coceira), nem de ardor, nem de um odor desagradável. “É um corrimento fisiológico da mulher e, normalmente quando a mulher apresenta este tipo de secreção é porque ela encontra-se no período fértil.”

“Fugindo disso, se tem prurido, ardor, odor desagradável, não é normal. Então a mulher deve procurar o médico para fazer o diagnóstico, identificar a causa do corrimento, e fazer um tratamento específico para este tipo de corrimento”, diz o ginecologista.

Tipos de corrimento
“O corrimento patológico é aquele que, além de excessivo, tem odor forte, de azedo ou de ‘peixe estragado’, ou que causa coceiras, ardor, incômodo na região da vulva, que tem cor amarelada, tipo leite coalhado (candidíase ou moniliase) ou escura. A vulva pode ficar bem irritada, avermelhada e até ter descamação e coçar muito”, lembra Regina.

Então, caso o corrimento venha acompanhado de qualquer um desse sintomas, é momento de buscar ajuda médica para identificar a causa do problema. Abaixo você conhece quais são os principais tipos de corrimento e o que eles costumam representar, de acordo com os profissionais.

Corrimento branco
Mantelli explica que, normalmente, o corrimento branco, parecendo um leite talhado, é a candidíase. Significa uma infecção pela Candida Albicans. “O sintoma é, principalmente, coceira, mas há também irritação no local. O tratamento pode ser feito por boca (via oral) e com creme vaginal”, diz.

De acordo com Regina, outro tipo é um corrimento branco acinzentado. “E ainda, bolhoso, podendo causar ‘gases’ vaginais, com odor fétido (peixe), que é a vaginose bacteriana, em geral causada por uma bactéria chamada Gardnerella vaginalis”, acrescenta.

Corrimento amarelado
Segundo Mantelli, o corrimento amarelado (pode ser até esverdeado) normalmente é causado pela Trichomonas, é a tricomoníase. “Também pode ser acompanhado de coceira local e irritação na vulva e na vagina. O tratamento também é feito com remédios via boca e creme vaginal”, diz.

Corrimento marrom
Regina explica que o corrimento marrom tem esta cor porque contém sangue. “Um exame minucioso de colposcopia e papanicolau deve se realizado para um melhor diagnóstico. Algumas pacientes têm ectopia da mucosa do colo uterino, deixando a mucosa exposta à acidez vaginal e bactérias do meio, com inflamação, infecção, que pode levar a sangramento e deixar o corrimento escuro. Outras sangram nas relações sexuais e depois eliminam muco escuro”, diz.

Mantelli destaca que o corrimento marrom pode ser misto, causado por uma mistura de vírus e bactérias, ou causado por uma coisa mais grave, como uma gonorreia ou clamídia, que são patógenos mais agressivos. “Podem ocorrer sintomas como: ardor vaginal ou corrimento, em si, e uma dor pélvica muito, muito intensa. O tratamento também é com remédios via boca ou creme vaginal e, muitas vezes, com antibióticos endovenosos, nos casos mais graves”, diz.

Corrimento com cheiro
Mantelli explica que corrimento com cheiro geralmente é a chamada vaginose bacteriana. “É descrito como odor, cheiro de peixe podre, bem característico. Os sintomas são: corrimento meio acinzentado, coceira (prurido), ardor na região, cólicas. Deve ser tratado com remédio por boca, creme vaginal e antibiótico”, diz. Regina acrescenta que para tratar o problema, geralmente, é usado metronidazol ou secnidazol via oral e via vaginal, para o casal sempre.

Corrimento com coceira
Regina destaca que qualquer dos corrimentos causados por bactérias ou fungos pode cursar com coceira e outros desconfortos e inflamação na vulva. “Tratamento adequado é feito com antibióticos ou antifúngicos via oral e via vaginal. Normalmente são tratamentos muito simples”, diz.

Na tabela abaixo é possível fazer uma análise resumida dos principais tipos de corrimento e o que, geralmente, eles significam, de acordo com informações do ginecologista Domingos Mantelli.

 

 

Como evitar corrimentos indesejados
Corrimentos não são sinônimos de má higiene. Mas algumas dicas simples ajudam a mulher a evitar os corrimentos patológicos. Abaixo o ginecologista Crivellin cita os principais cuidados:

1. Evitar usar roupas sintéticas;
2. Dar preferência às roupas de algodão. Principalmente às calcinhas de algodão;
3. Lavar as calcinhas só com sabão de coco (não usar sabão em pó, amaciante);
4. Deixar as calcinhas secarem ao sol;
5. Procurar usar mais saia ou vestido para ter uma boa ventilação da região genital;
6. Dormir sempre que possível sem calcinha;
7. Usar preservativo durante a relação sexual.
7 perguntas e respostas sobre corrimentos

 

Confira o esclarecimento para algumas dúvidas comuns em torno do assunto:
1. Toda mulher tem corrimento?
De acordo com Crivellin, na grande maioria das vezes, sim.
Vale lembrar que corrimento nem sempre é motivo de preocupação/problema de saúde, pois existe o corrimento normal (fisiológico) e o patológico. O normal é uma secreção vaginal incolor, sem cheiro e que não coça. Caso venha com outros sintomas, geralmente é um corrimento vaginal patológico e que precisa ser tratado.

 

2. Existe uma idade em que a mulher esteja mais propensa a ter corrimentos?
Regina lembra que corrimentos são mais comuns a partir da adolescência até após a menopausa, podendo ser corrimento normal ou corrimentos patológicos.

3. Sabonete íntimo evita corrimento?
Crivellin explica que, se o sabonete tiver o pH ao redor de 4,5, ele ajuda a evitar o corrimento e mantém o pH da vagina em torno de 4,5. “O importante é que a mulher faça a higiene só por fora da vagina, não lave dentro da vagina, e nunca faça ducha vaginal”, lembra.

4. Dormir sem calcinha é realmente bom para a vagina e ajuda a evitar corrimento?
“Sim, porque a mulher melhora a ventilação da região genital. O ideal seria que a mulher dormisse todos os dias sem calcinha, somente com camisola ou pijama”, diz Crivellin.

5. Usar camisinha causa corrimento após a relação?
Crivellin destaca que não. “Pelo contrário! O preservativo ajuda a evitar que a mulher tenha doenças sexualmente transmissíveis e ajuda a evitar também o corrimento”, explica.

6. Corrimentos são identificados no papanicolau?
“Não necessariamente. O papanicolau é um exame para fazer a prevenção do câncer do colo do útero. Essa é a finalidade. Então, às vezes, pode ser diagnosticada a causa do corrimento, mas o exame não é direcionado para este fim”, explica o ginecologista Crivellin.

7. Qual é a relação entre candidíase e corrimento vaginal?
Crivellin explica que a candidíase é um corrimento, causado por um fungo, e é a infecção mais frequente na mulher.
“Esse fungo, Candida, gosta de ambiente quente e úmido e, como o Brasil é um país de clima tropical, esse corrimento é tão frequente na mulher brasileira”, diz o ginecologista.

“Para se evitar a candidíase, são recomendadas as mesmas medidas: não usar roupa sintética, não usar roupa apertada, usar calcinha de algodão, usar mais saias e vestidos etc.”, finaliza.

Agora você já sabe que, nem sempre, corrimento é motivo de preocupação. Mas, caso ele venha acompanhado de outros sintomas, o ideal é buscar ajuda médica para diagnosticar o corrimento e indicar o tratamento adequado.

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