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Vitiligo tem cura? Esclareça esta e outras dúvidas sobre a doença

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Vitiligo tem cura? Esclareça esta e outras dúvidas sobre a doença

Por: Pesquisa Web

 

Vitiligo é uma doença caracterizada pela presença de manchas acrômicas (sem pigmentação) na pele, especialmente na face, nas mãos, nos pés, genitais, cotovelos e joelhos. Mas, vale destacar, os sinais podem acometer também outras áreas do corpo.

Tais manchas são provenientes da ausência ou diminuição de melanócitos, que são as células responsáveis pela formação do pigmento melanina (que dá cor à pele) nos locais afetados. Há muitas dúvidas em torno desta doença que atinge aproximadamente 1% da população. Esclareça as principais abaixo.

Tipos de vitiligo
Aneline de Lima Nogueira, dermatologista do Hospital Anchieta, destaca que o vitiligo é classificado em: não segmentar e segmentar.

Não segmentar: “a forma não segmentar é a mais comum. Ocorre em ambos os lados do corpo. Geralmente começa em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Sua evolução ocorre em ciclos por toda a vida, ocorrendo períodos de estabilidade e piora”, explica a dermatologista.

Segmentar: Aneline destaca que a forma não segmentar é caracterizada por manchas em uma parte do corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem.

A dermatologista explica ainda que o diagnóstico é clínico e deve ser feito pelo dermatologista. “Às vezes, pode ser utilizada a Luz de Wood para diferenciar de outras doenças. Em alguns casos, pode ser útil a realização de biópsia cutânea e esta revela a ausência total de melanócitos. Os exames laboratoriais podem ainda revelar outras doenças autoimunes associadas”, diz.

Causas do vitiligo
Aneline explica que as causas do vitiligo ainda não estão claramente reconhecidas. “Existem algumas teorias que tentam explicar a destruição dos melanócitos, mas nenhuma foi comprovada. Provavelmente fatores autoimunes estão envolvidos”, diz.

Acredita-se ainda que fatores emocionais relacionados ao estresse ou traumas possuem relação com o desenvolvimento ou agravamento da doença. Além disso, destaca Aneline, o histórico familiar é importante, pois 30% dos portadores têm algum parente com a doença.

Anelise Ghideti, dermatologista da Ae Skin Center de São Paulo, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e médica colaboradora no Ambulatório de Doenças das Unhas no Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, explica que, como tem curso crônico, não é possível prever a evolução da doença e, assim, as manchas acrômicas podem, por exemplo, permanecer estáveis por anos e, depois, voltarem a se desenvolver ou até regredirem espontaneamente. “A doença se apresenta de forma particular em cada paciente; o que reforça a importância de um tratamento individualizado e com acompanhamento do médico dermatologista”, diz.

Sintomas do vitiligo
Aneline destaca como principais características da doença:
• Inicialmente surgem manchas claras e estas evoluem com ausência total de pigmento e com crescimento centrífugo. As principais localizações são face, punhos, dorso dos dedos, genitália, regiões de dobras do corpo, periorificiais e eminências ósseas, como cotovelos. Geralmente acomete ambos os lados do corpo.
• Os pelos também podem perder seu pigmento.
• Pode haver sensibilidade local, como prurido.

Mas, vale reforçar que, além das manchas, os principais sintomas são emocionais em decorrência da doença.

Anelise comenta que, em grande parte dos casos, não se manifestam sintomas além da despigmentação. Mas existem relatos de sensibilidade nas áreas afetadas. “A maior preocupação é com o emocional e a autoestima do paciente. Em alguns casos é indicado um acompanhamento psicológico”, diz.

Vitiligo é transmissível?
O vitiligo não é transmissível. “O preconceito vem da ideia errada das pessoas de que a doença é contagiosa. Por ser uma doença visível em muitos casos, o paciente se sente constrangido pelo receio que as pessoas têm das doenças de pele. Isso leva a uma estigmatização da doença e afeta a autoestima do portador. Em alguns casos, podem ocorrer isolamento social e depressão”, ressalta a dermatologista Aneline.

Tratamentos: vitiligo tem cura?
Aneline destaca que o vitiligo não tem cura. “O objetivo do tratamento é evitar a progressão da doença e repigmentar as manchas”, esclarece.

Conheça as principais opções de tratamento neste sentido:
Tratamento tópico: Aneline explica que existem opções tópicas, como corticoides, derivados da vitamina D e o Tacrolimus (inibidor da calcineurina).

Fototerapia: de acordo com a dermatologista Aneline, a fototerapia UVB ou PUVA promove o estímulo à repigmentação e inibe a autoimunidade. “O laser Excimer tem a possibilidade de ser dirigido a uma lesão individualizada”, acrescenta.

Transplante de melanócitos: Aneline explica que o transplante cirúrgico de melanócitos é interessante nos casos de vitiligo segmentar ou estável e cujas lesões são pouco numerosas e de pequenas dimensões, que não responderam aos demais tratamentos.

“A repigmentação das manchas começa nos folículos pilosos com formação de pequenas ilhas de pele com cor até o total preenchimento da mancha. O apoio psicológico é essencial e devemos estar atentos à qualidade de vida do paciente”, ressalta Aneline.

Convivendo com a doença
Anelise Ghideti reforça que o vitiligo não traz nenhuma alteração de saúde apesar do distúrbio estético. Neste sentido, algumas dicas são importantes para que o paciente conviva da melhor maneira possível com a doença:

Informação
Aneline explica que é muito importante o portador de vitiligo ter informações sobre a doença, pois a falta de conhecimento pode trazer ansiedade sobre a evolução e como conviver com o diagnóstico.

Acompanhamento psicológico
O vitiligo não é uma doença fisicamente grave, conforme destaca Aneline, mas pode trazer importantes consequências psicológicas como isolamento social e, em alguns casos, depressão. “Então, desde o momento do diagnóstico, o acompanhamento psicológico é de grande importância”, diz.

Cuidados com a pele
Aneline de Lima Nogueira destaca que os pacientes também devem evitar fatores que traumatizem a pele ou que provoquem atrito, pois estes podem precipitar o surgimento de novas lesões ou acentuar as já existentes.

A dermatologista Analise reforça a importância de evitar a exposição solar excessiva e usar filtro solar.

Paciência
Analise destaca que é importante para o paciente manter a paciência e diminuir o estresse. “Independentemente do tratamento, a melhora do vitiligo é demorada e exige paciência. No caso das crianças, é importante, inclusive, que os pais tentem se controlar no sentido de não transmitir a ansiedade deles para a criança, o que dificultaria o tratamento”, finaliza.

Agora você já sabe que o vitiligo não é uma doença grave e, muito menos, transmissível. Embora não exista cura, existem, sim, boas opções de tratamento no sentido de evitar a evolução da doença e repigmentar as manchas. O paciente deverá ser tratado sempre de forma individualizada com acompanhamento de um médico dermatologista de confiança. Fonte: Dicas de Mulher*

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