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Nota de Falecimento
Por: Pesquisa Web
Giane Samara Serpa viveu 14 anos presa a uma cama de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A história dela se modifica das demais crianças em 2002, quando foi atropelada por um automóvel e ficou tetraplégica com quatro anos. Desde então, o seu endereço se tornou a UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital Jaraguá. Na última quarta-feira, o quadro de saúde se agravou e a adolescente não resistiu.
Lembrada como uma paciente alegre, Giane se tornou parte da família dos funcionários do Hospital Jaraguá. Desde o dia 1ª deste mês, a jovem estava com a saúde mais frágil. Na última terça-feira, ela foi transferida para UTI Adulta, mas o quadro piorou e ela não resistiu às paradas cardiorrespiratórias na quarta-feira.
No Hospital Jaraguá, o habitual silêncio está mais forte do que em outros dias. Desde que Tatiane Derne Guaraschi começou a trabalhar na unidade de saúde, Giane já morava na UTI. Nestes seis anos de convívio diário, Tatiane afirma que a Gica, como era chamara, era uma menina sem tempo ruim.
- A Gica não reclamava para fazer os procedimentos. Sempre feliz, sorrindo e mandando beijo. Na terça-feira, eu expliquei que estávamos transferindo ela para UTI Adulta e ela foi sorrindo – revela Tatiane.
A família de Giane permaneceu em silêncio sobre a morte da filha mais velha. No ano passado, o pai de Giane, Moacir Serpa, contou ao jornal A Notícia sobre a difícil decisão de manter a filha internada, longe do convívio diário dos familiares. Mas afirmou que a unidade de saúde oferecia todo o suporte para a sobrevivência da filha.
Por causa do atropelamento, Giane teve uma atrofia medular. Como consequência, ela perdeu os movimentos do pescoço para baixo e teve o organismo comprometido. O diafragma de Giane não fazia o movimento básico de expandir e comprimir os pulmões. Sem esse movimento não há como respirar e ela precisava de aparelhos ligados 24 horas por dia.
Giane teve a oportunidade de sair duas vezes da UTI Pediátrica. A primeira foi para passear no Parque Malwee e a segunda no aniversário de 15 anos, festa ocorreu em outro espaço do hospital.
A melhor amiga
Dentro de um hospital, surgiu uma amizade inesperada. Giane dividiu por cinco anos quarto com Thalita de Carvalho, 11 anos, outra paciente residente da UTI Neonatal e Pediátrica. Segundo a mãe de Thalita, Jeane de Carvalho, Thalita tem uma síndrome rara e nunca deixou o hospital desde que nasceu, mas achou motivos para sorrir com a amizade de Gica.
- Quando a UTI não era tão cheia, a gente deixava elas pertos para ter um convívio maior. Depois, elas ficaram no mesmo quarto e a Thalita nunca deixou a gente tirar a Gica do lado dela. Elas se entendiam e se comunicavam – conta Jeane.
Para Jeane, é um momento difícil, pois Thalita irá sentir muita a falta da colega de quarto. A mais nova influenciou a Giane se tornar vaidosa, as duas sempre de unhas pintas e maquiagem. A mãe conta que Giane era alegre, mas também era geniosa.
- Quando ela dizia que era não, era não. Mas sempre estava sorrindo e ficava muito feliz quando recebia visitas. Ela me chamava de mãe e meu marido de pai – revela emocionada.
A família de Thalita não contou ainda sobre o falecimento da colega. Segundo Jeane, será uma tarefa difícil, mas que acredita que a Gica está em um lugar melhor com menos sofrimento.
- Só quem convive com os residentes de UTI para saber como é difícil essa vida. Vamos sentir muita a falta de Giane, mas ela descansou – confessa.
Nota de Falecimento
Nota de Falecimento
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