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Tragédia da farmácia Pague Menos completa um mês

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Tragédia da farmácia Pague Menos completa um mês

Por: Sheila Barretto

Faixas de luto e pedidos de justiça foram colados nas portas da farmácia (Foto: Sheila Barretto/CN)

Nesta sexta-feira (23) o acidente na Farmácia Pague Menos da Avenida Getúlio Vargas, no centro de Camaçari completa um mês. Uma obra que estava sendo feita dentro da loja, provocou um incêndio, seguido de uma explosão que levou à queda de uma laje antiga nos fundos do estabelecimento. O inquérito da tragédia que matou 10 pessoas e feriu outras 13 ainda não foi concluído e cinco pessoas ainda permanecem internadas em hospitais de Salvador.

No momento do acidente, por volta das 13h do dia 23 de novembro, a loja estava cheia. Alguns funcionários almoçavam no refeitório e muitos clientes compravam medicamentos. Quando houve a explosão, algumas pessoas conseguiram sair, muitas com ferimentos leves, outras com lesões mais graves. Uma viatura da Polícia Militar ajudou no transporte dos feridos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Gleba A e Hospital Geral de Camaçari até a chegada da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Enquanto o 10º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM/Camaçari) trabalhava na remoção dos escombros, a PM fazia o isolamento da rua, que ficou lotada de parentes das vítimas e de curiosos, com celulares em punho, filmando e fotografando todo o trabalho. A SAMU levava os feridos graves e socorristas prestavam os primeiros atendimentos aos levemente feridos. Familiares de funcionários se desesperavam em busca de informações. Todos ainda estavam muito assustados.

No mesmo dia, nove pessoas foram transferidas para Salvador. O Hospital Geral do Estado (HGE) recebeu Joelma Bispo Couto, Fabiana Silva do Nascimento, Mariana dos Santos de Santana, Valmor Moura de Vasconcelos, Cristiane da Silva Matos e Vilma Conceição dos Santos. Esta última, em estado gravíssimo, foi levada de Camaçari por um helicóptero do Grupamento Aéreo (GRAER) da PMBA e internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de queimados. Outros dois rapazes foram levados para o Hospital Tereza de Lisieux: Luís Fernando Gonçalves de Miranda e Rubem Gama.

Somente às 19h foram confirmadas as primeiras mortes, quando o Departamento de Polícia Técnica (DPT) removeu três corpos. Uma hora depois, mais dois corpos foram encontrados e às 22h foi removido o sexto corpo. O trabalho dos bombeiros e da Defesa Civil continuou durante toda a madrugada, quando mais dois corpos foram encontrados. Finalmente, às 5h da manhã, o corpo do que seria a última vítima fatal foi retirado. Infelizmente, dois dias após a tragédia, o estado de saúde de Vilma Conceição, de 40 anos, se agravou e ela morreu na UTI de queimados do HGE, se tornando a décima e última vítima fatal.

No início, o próprio Instituto Médico Legal (IML) informou que a identificação dos corpos seria trabalhosa e poderia demorar, pois muitos estavam carbonizados. Porém, no dia 25 de novembro, a maioria foi reconhecida e liberada para os sepultamentos. O único corpo que permaneceu no instituto foi o de Idália Simão, de 58 anos. O reconhecimento por meio da arcada dentária não foi possível, então foi preciso fazer um exame de DNA. Somente no dia 17 de dezembro, o corpo foi liberado para a família, segundo a assessoria do IML.

Mesmo após 30 dias do acidente, sete feridos continuam internados em Salvador. De acordo com o Secretário de Saúde de Camaçari, Washington Couto, permanecem no HGE: Valmor Moura de Vasconcelos, de 39 anos, que já respira sem a ajuda de aparelhos e está em processo de cicatrização das feridas, Fabiana Silva do Nascimento, de 35 anos, também estável, lúcida, passando por tratamento, pois ainda tem um pouco de secreção nos pulmões devido à inalação da fumaça e Cristiane da Silva Matos, de 30 anos, que passou por uma cirurgia de enxertia no braço no último dia 15 de dezembro, mas passa bem. No Hospital Tereza de Lisieux estão desde o dia do acidente Luís Fernando Gonçalves de Miranda, de 29 anos, que está estável e lúcido e Rubem Gama, 24 anos, também estável. Joelma Bispo Couto, de 40 anos, foi transferida do HGE para o Tereza de Lisieux no dia 30 de novembro e Fabiana Silva do Nascimento, 35 anos, também foi transferida no último dia 05.

A Polícia Civil continua trabalhando nas investigações sobre a causa do acidente. Funcionários e clientes da farmácia relataram que estava sendo feito um serviço no ar condicionado da loja e que o uso do maçarico provocou o incêndio. Representantes da farmácia negam. O assessor jurídico da Pague Menos, Geraldo Gadelha, afirma que o que havia era um serviço de troca de telhas e não explica como a explosão e o incêndio aconteceram.

Através da assessoria da Polícia Civil, a reportagem do Camaçari Notícias conseguiu informações da Dra. Taís Siqueira, titular da 18ª DT/Camaçari e responsável pelo caso. De acordo com a delegada, mais de 25 pessoas já foram ouvidas, incluindo os operários que trabalhavam na obra da loja e que ela aguarda os resultados dos laudos do Departamento de Polícia Técnica para a conclusão do inquérito.

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