Funcionários da Torrebrás deflagram greve por tempo indeterminado

A decisão de parar foi tomada após a demissão de 12 funcionários e a ameaça sobre mais 30 (Foto: Reprodução)

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (07), os funcionários da Terrebrás e o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari decidiram deflagrar a greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores já haviam paralisado as atividades há seis dias por causa da recusa do patronato em negociar com o Sindicato e ainda querer diminuir benefícios e aumentar obrigações. Em retaliação a movimentação sindical, a empresa tirou o transporte dos trabalhadores para fragilizar a ação.  “Mas a adesão à greve por parte dos colegas é da maioria. Eles entenderam que é inaceitável a postura dessa empresa”, diz Eric Andrade, cipista e funcionário da Torrebrás.

A decisão de parar foi tomada após a demissão de 12 funcionários e a ameaça sobre mais 30, depois que o Sindicato promoveu manifestações em frente à fábrica. A Torrebrás, dando provas de intransigência e fazendo uso de uma tática de arrocho antiga, demite para recontratar posteriormente, coagindo os trabalhadores a aceitar qualquer acordo em detrimento do desemprego. “Estamos há seis dias aqui na porta da empresa e não há sensibilidade do patronato à causa. Em toda a região de abrangência do nosso Sindicato, nenhuma empresa é intransigente como a Torrebrás”.

A empresa ainda pretende a PLR de R$ 6.750 para R$ 4.000 e aumentar em 500% o valor por dependente no plano de saúde, que vai de $27 para $167. Além de não acatar a proposta do Sindicato, só quer negociar se for diretamente com uma comissão de funcionários. “A empresa está antecipando medidas de uma reforma trabalhista que sequer foi sancionada. Não admitiremos essa prática e não sairemos da porta da fábrica sem um acordo que seja digno para o trabalhador”, disse Sergio Miranda, diretor da Federação Nacional dos Metalúrgicos.

O Vereador Binho do Dois de Julho também esteve presente em apoio e disse que se for preciso, leva a demanda para o Legislativo. Julio Bonfim, presidente do Stim Camaçari, segue com as mobilizações, e garante que não vai acatar pressão do patronato. “Não podemos aceitar imposições dessa empresa reincidente e carrancista. Vamos lutar para garantir os direitos já estabelecidos e buscar a admissão de nossa proposta, que está totalmente dentro das possibilidades, da legalidade e é justa para os funcionários”.