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Camaçari
Por: Camaçari Notícias
Vídeo gravado por um morador na manhã deste domingo (22) mostra fumaça a tóxica da termoelétrica instaladas na Via Parafuso próximo ao Viaduto do Trabalhador, indo em direção aos Bairros de Camaçari, principalmente a Bomba e Gleba B.
Nele é possível ver a fumaça que sai quente das chaminés ser empurrada rumo à área urbana da cidade. De acordo com técnicos da área de petróleo e gás, quando essa fumaça esfria as partículas de benzeno que restam da queima de sobra de petróleo, ficam pesadas e descem sobre a superfície contaminando tudo. Água, solo e animais.
Segundo a medicina, o benzeno provoca nos seres humanos, leucemia (câncer no sangue) e reduz a taxa de glóbulos brancos provocando anemia, entre outros males.
A prefeitura de Camaçari através da fiscalização ambiental da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, cobrou essa semana uma série de documentos da Usina Termoelétrica Arembepe, para averiguar as denúncias de moradores.
Eles que não suportando mais a poluição, tanto a do ar quanto a sonora, criaram um grupo de whatsApp para lutar por seus direitos. O nome do grupo é Camaçari x Arembepe Energia.
A construção desta usina foi autorizada na gestão do prefeito Luiz Caetano e do governador Jaques Wagner. É obra do PAC II e é gerida pela Petrobrás. Foi inaugurada em 2010 e gera energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil moradores. Essa energia não fica em Camaçari, é enviada diretamente para o sistema nacional que redistribui para todo país.
De acordo com o Ministério da Saúde:
O benzeno é irritante aos olhos, nariz, pele e garganta. Dependendo da quantidade absorvida, ele pode provocar dores de cabeça, tontura, tremores, sonolência, náuseas, taquicardia, falta de ar, convulsões, perda de consciência, coma e morte. Além disso, a exposição crônica ao benzeno é capaz de provocar alterações na medula óssea e no sangue, levando à anemia, hemorragias, leucopenia e outros danos no sistema imunológico. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o benzeno é comprovadamente cancerígeno para seres humanos, causando linfomas e leucemias (sobretudo Leucemia Mieloide Aguda – LMA), entre outros tipos de câncer.
Embora a exposição ambiental ao benzeno seja importante, a magnitude da exposição ocupacional é mais acentuada que na população em geral. Assim, trabalhadores de cadeias de extração e refino do petróleo, siderúrgicas, indústrias petroquímicas, postos de gasolina e oficinas mecânicas são considerados grupos de risco para o desenvolvimento de benzenismo, um quadro de manifestações clínicas tipicamente associado à exposição prolongada ao benzeno. O diagnóstico de benzenismo é eminentemente clínico e epidemiológico, fundamentando-se na história de exposição ocupacional e na observação de sinais e sintomas.
Benzeno no Brasil
No Brasil, o benzeno é considerado como fator de risco à saúde decorrente do trabalho desde a década de 30. No entanto, somente a partir dos anos 80 se observou a intensificação dos movimentos sindicais que pleiteavam a visibilidade social dos problemas decorrentes da utilização do benzeno.
Normalmente, o benzeno é absorvido pelo organismo através da respiração ou do contato com a pele. No entanto, a absorção gastrointestinal também é possível devido à ingestão de alimentos e água contaminados por acidentes, vazamentos ou disposição inadequada de resíduos de benzeno na água e no solo.
O benzeno inalado chega rapidamente aos pulmões e cerca de metade dessa quantidade é absorvida. Já o contato da pele com o benzeno promove a absorção de pequenas quantidades dessa substância, enquanto quase a totalidade do benzeno ingerido é absorvida pelo trato gastrointestinal.
Após a absorção nessas diferentes vias, o benzeno chega à corrente sanguínea, de onde é distribuído para todo o organismo e, finalmente, armazenado nos tecidos gordurosos e na medula óssea. No fígado e na medula óssea, ocorre a transformação dessa substância em metabólitos tóxicos (ex: catecóis e benzoquinonas), aos quais se atribui os efeitos deletérios do benzeno à saúde. Estima-se que a maior parte desses metabólitos seja excretada pela urina em até 48h após a exposição.
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