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Salvador
Por: Sites da Web
A partir da próxima quarta-feira, 6, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no Cabula, vai implantar uma Unidade de Psiquiatria Hospitalar (UPH) para atender pacientes com transtornos mentais que usam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Pioneiro na Bahia, o serviço é fruto de uma parceria com a residência médica do Hospital Juliano Moreira (HJM) e tem como objetivo oferecer tratamento aos pacientes que necessitam de atendimento psiquiátrico simultâneo ao clínico.
"A ideia de reestruturar o atendimento de psiquiatria do hospital atende a objetivos importantes, como oferecer assistência aos pacientes e retomar atividades de residência de psiquiatria do Juliano Moreira", explicou o diretor Antonio Raimundo de Almeida.
O serviço conta, inicialmente, com dois leitos e será coordenado pelos psiquiatras Lucas Argolo e Lauro Reis. Segundo o doutor Argolo, esta é a primeira fase de implantação do serviço e, refere-se a reativar atendimento de interconsultas.
"Vamos cuidar de pacientes que entraram aqui por demandas clínicas, cirúrgicas ou obstétricas e precisam de atenção psiquiátrica", pontuou. O atendimento será oferecido para homens e mulheres adultos. "A presença de um psiquiatra em um hospital geral ameniza os estigmas de paciente que apresentam transtornos mentais", observou.
Diretor do HJM, Antonio Carlos Cruz Freire informa que, na Bahia, o serviço - substituto imediato de leitos em hospitais especializados - não é suficiente: "A redução dos leitos em hospitais psiquiátricos, sem a devida estruturação da rede substitutiva, cria um problema para médicos, pacientes, familiares e profissionais envolvidos com a saúde mental".
Além de Argolo e Reis, a unidade contará com mais dois médicos residentes para suprir as demandas do atendimento e auxiliar à equipe médica.
Tratamento
Atualmente, Lucas Argolo acompanha Francisco Carlos Machado dos Santos, 59 anos, internado na unidade vascular do HGRS. Segundo a irmã do paciente, Maria Lúcia, 60, desde 21 de maio que ele estar hospitalizado, pois foi submetido a um procedimento cirúrgico. "Há mais de 20 anos que ele apresenta problemas mentais e ficava pela rua", revelou a irmã, que reconhece a necessidade do tratamento.
"Este paciente foi diagnosticado com quadro esquizofrênico e teve o primeiro atendimento psiquiátrico aqui", acrescentou o médico. "No início, ele tinha um discurso desorganizado, delírios e sintomas de isolamento e descuido, no entanto já melhorou bastante", concluiu o psiquiatra, que trabalha há cinco anos na área e é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Dados
O Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) oferece tratamento psiquiátrico desde a década de 50. Porém, segundo o diretor do HGRS, é preciso que outras unidades hospitalares ofereçam o tratamento. "O Hupes não atende pessoas do sexo masculino e situações de emergência", esclareceu.
Conforme estudos publicados, em 2004, pela instituição internacional World Mental Health (WMH), vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS), mesmo nos países mais desenvolvidos, entre 35% e 50% dos casos graves de transtornos mentais não recebem atendimento no período de 12 meses. A pesquisa revelou, ainda, que, nos países menos desenvolvidos, o índice pode chegar a mais de 85%.
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