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'Eles vão nos matar', diz irmão de gêmeos mortos em Cosme de Farias

Salvador

'Eles vão nos matar', diz irmão de gêmeos mortos em Cosme de Farias

Por: Sites da Web

À esquerda, o advogado Silvio Cezar Carvalho Santos; À direita, o cinegrafista Cezar Silvio Carvalho Santos

Noites mal dormidas e medo das pessoas, de veículos e até de fazer uma simples ligação. Essa tem sido a rotina dos familiares dos irmãos gêmeos Cézar Sílvio e Sílvio Cézar Carvalho Santos, 45 anos, desde que os dois foram assassinados em Cosme de Farias, no dia 17 de agosto desse ano.

O medo de ser a próxima vítima obrigou a família a trocar a casa própria em que morava por outra, alugada, em um local distante. Os móveis foram retirados do endereço às pressas, durante a madrugada. O filho do casal está com medo de ir à escola. A mulher repensa se vai dar continuidade à faculdade e o marido trabalha preocupado com o restante da família.

"Estamos evitando até mesmo falar por telefone, porque estamos com medo que a ligação seja rastreada. Não dizemos nomes, nem ponto de localização. Meu filho está assustado. Não dorme mais sozinho. Minha mulher está com medo. Estamos todos muito preocupados. Não sabemos o que fazer e, se nenhuma providência for tomada, eles vão nos matar", contou um dos irmãos dos gêmeos.

Segundo ele, no domingo (11), a casa em que viviam e abandonaram recebeu a visita de dois homens desconhecidos. Os suspeitos deixaram a motocicleta em que chegaram na esquina e seguiram a pé até o imóvel. "Eles rondaram a casa e ficaram um tempo esperando para ver se teria movimento. Quando a gente se mudou, alguns animais ficaram por lá, como cachorros e galinhas. Estava voltando de vez em quando para alimentar os bichos. Acho que eles descobriram", afirmou a vítima.

Três dias antes, na quinta-feira (8), outra dupla de motocicleta esteve no local, por volta das 21h30. Mais uma vez rondaram a casa e aguardaram algum tempo. Os parentes dos gêmeos que vivem no interior da Bahia também precisaram deixar suas casas com medo dos suspeitos. Segundo testemunhas, as duas casas na roça onde viviam dois irmãos dos gêmeos foi abandonada às pressas depois que ciganos em uma Hilux branca estiveram na região levantando informações sobre a família, como nomes, relação com os gêmeos mortos e onde moravam.

Crimes
A confusão envolvendo a família dos gêmeos e os ciganos começou quando Nilda Maria Fiúza, 42, a pedido do ex-marido Jailton Carvalho Santos, pegou um empréstimo de R$ 7 mil na mão dos ciganos. Poucos meses depois, viram a dívida chegar a R$ 122 mil. O casal chegou a pagar R$ 43 mil para o cigano Jair Ferraz de Almeida, 42, que exigiu como complemento do pagamento a casa deles, avaliada em R$ 400 mil.

À polícia, Jailton informou que, para  se livrar da pressão do agiota, planejou matá-lo. Garantindo que iria liquidar a dívida, atraiu o cigano até sua loja, no Bonocô. Jair chegou acompanhado da mulher, Clarisse, e de lá seguiram todos para Simões Filho. Ao chegar a um local pouco movimentado, Jailton efetuou dois disparos contra o cigano. Depois, obrigou Clarisse a sair do veículo e fugiu. O carro foi encontrado queimado, duas semanas depois, em Coração de Maria.

No mesmo dia, a professora Nilda, David Soares Santos, 19, filho do comerciante com outra mulher, e o seu sobrinho Uanderfon Alves dos Santos, 23, foram sequestrados, torturados e tiveram os corpos carbonizados. Os corpos de Nilda e David foram encontrados, em 15 de agosto, em Lamarão do Passé, no município de São Sebastião do Passé. No mesmo dia, o corpo de Uanderfon foi achado em Dias D’Ávila. Jailton se entregou alguns dias depois e segue preso em Salvador.

Em agosto deste ano, os gêmeos, irmãos de Jailton, também foram assassinados. Foram surpreendidos por dois homens em uma motocicleta na Baixa do Tudo e mortos a sangue frio. O cigano Gilmar Ferraz Almeida, irmão de Jair e suspeito de envolvimento nas mortes, está sendo procurado. Informações do Correio*

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