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Morte por leptospirose através de coco contaminado é improvável

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Morte por leptospirose através de coco contaminado é improvável

Por: Sites da Web

Muitas correntes e informações incertas correm pelos aplicativos de mensagens como o Whatsapp. A nossa primeira investigação é sobre a mensagem que aponta a morte de um esportista por leptospirose após comer a polpa do coco verde utilizando como talher a própria casca do fruto.

“Veio a óbito um judoca da Bahia, o mesmo estava com leptospirose... Muitas vezes achamos que esta doença é causada somente nos períodos de chuva, quando se tem contato com a urina do rato... Mas não, uma outra forma que a leptospirose é transmitida e quase ninguém sabe é através do coco dá praia... Quando comemos o coco com aquela paletinha que é feita da própria casca verde do coco.

Pelo fato de os cocos ficarem as vezes em ambientes onde o rato transita e ele urina nos cocos, então muito cuidado!!! Portanto, muito cuidado. Avisem para amigos e família, para nunca comer a polpa do coco com a paletinha que é feita da casca do próprio coco verde”, informava a mensagem. Para Ana Galvão, chefe do setor de informações do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ), a mensagem é exagerada. “Não é impossível dessa contaminação acontecer, mas é preciso uma combinação de muitos fatores”, comentou.

A contaminação do coco pela bactéria leptospira, responsável pela leptospirose, depende da higiene do local onde o fruto é armazenado. O rato, principal transmissor da bactéria pode urinar no coco, mas ela só se prolifera se o ambiente for úmido e molhado, pois não resiste a ambientes secos e à luz do sol.

Ana Galvão informou também que caso a situação na mensagem seja real não aconteceu em Salvador. “Ano passado e até hoje, neste ano, não registramos nenhuma morte de leptospirose com essas características [um esportista e ingestão de coco]”, disse. Os sintomas desta doença geralmente são: febre alta, fortes cefaléias, calafrios, dores musculares, vômitos, bem como icterícia, olhos congestionados, dor abdominal, diarréia ou coceira.

As leptospiras podem sobreviver no ambiente até semanas ou meses, dependendo das condições do ambiente (temperatura, umidade, lama ou águas de superfície). Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e quando expostas à luz solar direta.

A diretoria de vigilância epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), informou que até 20 de dezembro de 2016 foram registrados na Bahia 165 casos suspeitos de Leptospirose. Desses, 48 foram confirmados e oito foram a óbito. O coeficiente de incidência foi de 0,31 casos/100.000 hab. Os óbitos ocorreram em Salvador, sete, e um em Ilhéus. Ainda com informações da Sesab, o maior número de casos ocorreu no sexo masculino e na faixa etária economicamente mais produtiva, de 20 a 49 anos.

O Caso
No último dia 7 fevereiro o judoca baiano, João Victor Machado Lima, 20 anos, morreu em Chapecó (SC) com a suspeita de ter sido por leptospirose, mas a família não acredita que a corrente tenha a ver com a morte dele. “Não tava sabendo disso e ainda não saiu o resultado dos exames para sabermos realmente a causa da morte, apesar de ter suspeita”, disse a tia do atleta Gildete Machado.

A tia contou ainda que tudo foi muito rápido, “Ele foi internado e poucos dias depois morreu, a principal suspeito é de dengue hemorrágica por ter sido tudo muito rápido”, relatou.Ela informou ainda que a família, que é de Taperoá, precisou de ajuda e por isso fizeram uma campanha para fazer o translado do corpo de João. “Eu cheguei em Chapecó, no dia 6, o médico me falou que ele tava numa situação delicada. No dia 7, pela tarde ele morreu, avisei ao restante da família e começamos a campanha”.

Gildete com ajuda do empresário Marcos Souza, conseguiu valores mais em conta para fazer o translado e no dia 8, devido as doações, já tinha o dinheiro para pagar as despesas. Fonte: A Tarde*

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