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<b>Salvador tem quatro mortes de macacos por febre amarela; vacina é reforçada

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Salvador tem quatro mortes de macacos por febre amarela; vacina é reforçada

Por: G1

Morte de macacos deixa alerta sobre presença
da doença na região

Subiu para quatro o número de mortes de macacos infectados pelo vírus da febre amarela em Salvador, este ano. O dado foi divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), na tarde desta quarta-feira (29). Na manhã desta quarta, o órgão já havia confirmado o primeiro caso da doença em macaco na capital baiana.

As quatro mortes dos animais, conforme a Sesab, foram registradas nos bairros da Vila Laura, região de Brotas, Itaigara, Itacaranha e São Tomé de Paripe, no subúrbio. Devido à confirmação dos casos, 400 mil doses extras da vacina contra a doença foram liberadas para a capital baiana nesta quarta-feira, com o objetivo de imunizar os cidadãos que não possuem duas doses registradas no cartão de vacinação a partir da quinta-feira (30).

O secretário da saúde do município, José Antônio Rodrigues, explicou, em coletiva realizada na tarde desta quarta, que um dos quatro macacos achados em Salvador, um ainda não é considerado, pelo município, como um caso registrado na capital, pois o animal veio de uma cidade do interior para Salvador.

Vacinação reforçada
A imunização será realizada em 19 unidades de referência da capital baiana e outras cinco unidades no bairro de Vila Laura. Antes da descoberta da doença em animais na capital baiana, as vacinas era disponibilizadas apenas para crianças e viajantes. Agora, jovens e adultos com até 60 anos poderão se vacinar sem restrições. Entre as unidades onde a vacina será disponibilizada estão: UFS Candeal Pequeno, Santa Luzia, UFS Vale do Matatu, CS Manoel Vitorino, CD Cardeal da Silva que fica em Cosme de Farias. O público também será vacinado no shopping center Vila Laura e na igreja católica do bairro.

O secretário municipal da saúde, José Antônio Rodrigues, destaca que os cidadãos devem ficar atentos às recomendações da vacina. “Quem já foi vacinado nos últimos 10 anos está imunizado e não precisa ser vacinado, está fora do grupo de risco. As pessoas com mais de 60 anos não devem tomar vacina a não ser que tenham um relatório médico, porque elas são mais sensíveis à vacina”, explicou o secretário.

Primeiro caso de macaco morto
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) divulgou, nesta quarta-feira, que foi confirmado o primeiro caso de febre amarela em macaco na capital baiana. O animal foi encontrado morto no bairro de Vila Laura. Outras duas notificações em macacos foram registradas na cidade de Alagoinhas, a 120 km de Salvador, no início do mês. Por conta do caso no animal - que não é transmissor da doença -, a Sesab afirmou que, em conjunto com o município, definiu nova estratégia de combate ao controle do vírus em Salvador.

Segundo o último boletim da Sesab, até 14 de fevereiro deste ano, foram notificados 14 casos suspeitos de febre Amarela em oito municípios (1- Itiúba; 4 - Coribe; 1- Itamaraju; 1- Mucuri; 1- Nova Viçosa; 3 -Teixeira de Freitas; 1- Ilhéus; 1- Feira de Santana; 1- residente no estado de Alagoas). A Sesab informou que dois foram descartados laboratorialmente em Mucuri e um Teixeira de Freitas. Doze casos permanecem em investigação. Os residentes de Coribe e Itiúba são da zona rural.

Macaco não transmite doença
O macaco não é transmissor da febre amarela. A morte do animal, segundo especialistas, deixa o alerta sobre a incidência da doença na região e possibilita ações dos governos para evitar epidemias. A febre amarela tem duas formas de transmissão: a silvestre e a urbana. Os casos que estão sendo registrados no país estão relacionados à forma silvestre. O nome tem a ver com o fato de que as situações ocorrem em regiões rurais ou de mata. Neste contexto, os transmissores são os mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Quando os mosquitos picam um macaco doente, eles [mosquitos] se tornam capazes de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.

Na forma urbana da febre amarela, que está erradicada no Brasil desde 1942, a doença é transmitida pelo Aedes Aegypti, que hospeda o vírus ao picar um animal infectado e pode contaminar humanos. A boa notícia é que isso não aconteceu ainda, de acordo com o Ministério da Saúde e os médicos entrevistados. Apesar da diferença entre as formas silvestre e urbana, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção.

Interior da Bahia
Após dois macacos morrerem por conta de febre amarela silvestre no início do mês, em Alagoinhas, localizada a 120 km de Salvador, 16 animais foram encontrados mortos no muncípio, com sinais de violência e envenenamento, até o dia 17 de março, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A suspeita é de que moradores matem os animais com medo da doença. Em Alagoinhas, 100 mil doses da vacina contra a doença estão disponíveis para a população. Os moradores chegaram a fazer filas em praças da cidade, onde foram instalados postos de imunização.

Vacinação
Em situações de emergência, a vacina pode ser administrada já a partir dos 6 meses. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam vacinados pela primeira vez. Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização já após a primeira aplicação. Pessoas com mais de 5 anos de idade devem se vacinar e receber a segunda dose após 10 anos. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os riscos de receber a imunização.

Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

Sintomas
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas. Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer.

 

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