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Falou que não ia comer comida de jeito nenhum, diz cunhado de criança barrada

Salvador

Falou que não ia comer comida de jeito nenhum, diz cunhado de criança barrada

Por: Pesquisa Web

MP vai investigar caso do segurança que tentou impedir criança de comer dentro de shopping

O segurança chegou na maior ignorância, sem educação nenhuma. Não deu nem boa tarde. Falou que ele não ia comer o prato de comida de jeito nenhum". Assim o cunhado da criança de 12 anos que foi barrada por um segurança do Shopping da Bahia descreveu o momento em que o funcionário do estabelecimento comercial tentou impedir que um cliente desse almoço para o menino.

O caso ocorreu na segunda-feira (11) e veio à tona após um vídeo que flagrou a situação ter viralizado nas redes sociais. O menino estava no shopping acompanhado do cunhado, de 14 anos. Os dois vendem balas e chicletes na região para comprar comida.

Segundo o cunhado, o menino inicialmente pediu dinheiro ao cliente do shopping, mas ele negou e ofereceu a comida. "O moço que estava sentado ofereceu para comprar um prato de comida. Falou que não ia dar dinheiro, que iria dar comida. Ele pegou e aceitou", destacou o cunhado da criança, em entrevista à TV Bahia. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou, na terça-feira (12), que instaurou um inquérito civil para apurar a ação do segurança e verificar a responsabilidade do Shopping da Bahia em possível prática de racismo institucional contra a criança negra.

O caso, conforme o MP, também será apurado na área de proteção da criança e do adolescente, que já recebeu representações enviadas ao órgão pelo Juizado de Menores e por estudantes de Direito. A coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis), promotora de Justiça Lívia Vaz, informou que o Shopping da Bahia será oficiado para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido em um prazo de dez dias.

“Depois de instruído (por meio da coleta de informações e depoimentos), o procedimento poderá resultar em uma recomendação, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou até uma ação civil pública contra o Shopping, inclusive por eventuais danos morais individuais ou coletivos decorrentes da atuação do segurança”, afirmou, em nota enviada à imprensa. Lívia Vaz explicou, ainda, que a investigação na esfera civil não afasta a responsabilização criminal.

Caso
As imagens do vídeo que foi parar nas redes sociais mostram um cliente se aproximando de um dos restaurantes do shopping acompanhado da criança, supostamente moradora de rua, que teria pedido ajuda para almoçar. Ao chegarem no local, um segurança se aproxima e orienta que o funcionário do restaurante não venda o prato. O cliente mostra indignação com a abordagem do segurança e insiste na compra: "Ele vai comer, ele vai comer", disse.

Em um dos momentos do vídeo, é possível ver que o segurança tenta tirar a criança à força da praça de alimentação. A situação gera revolta nos clientes que estavam no local e acompanhavam a abordagem. É possível ouvir uma senhora gritar: "Não faça isso não".

O cliente, que estava disposto a pagar o almoço, impede que o segurança chegue perto do menino. A situação começou a ficar mais tranquila com a chegada de um supervisor do setor de segurança do shopping, que permitiu que o cliente pagasse a refeição para a criança.

Por meio de nota, o Shopping da Bahia pediu desculpas pela situação e disse que a postura adotada pelo segurança não condiz com o treinamento recebido pelos funcionários, "tanto que a atitude tomada pelo supervisor de segurança reforça o direito do cliente e o acolhimento com a criança", afirmou. O shopping ainda informou que "atua em alinhamento com órgãos de defesa dos direitos humanos, como o Conselho Tutelar e o Juizado de Menores". Fonte: G1*

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