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PMs envolvidos em morte de empresário no Jardim Armação são afastados

Salvador

PMs envolvidos em morte de empresário no Jardim Armação são afastados

Por Pesquisa Web

Márcio estava com uma amiga no carro quando policiais se aproximaram atirando

A inocência dos gestos – braços cruzados e bico de zanga – logo traduziria a dor e o lamento de quem teve o pai morto por policiais militares. “Eles tinham que olhar quem estava dentro do carro antes de atirar”, disse a filha de 9 anos do empresário Márcio Perez Santana, 41 anos, baleado por PMs da 58ª CIPM (Cosme de Farias), na noite de quarta-feira, 19, no bairro de Jardim Armação.

Diferentemente do que traduz o depoimento da criança, a morte do empresário não se tratou apenas de um “não olhar”. Mas de uma sucessão de ações não esclarecidas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) até a noite desta quinta, 20. Entre as informações confirmadas pelo órgão, está o afastamento dos policiais militares envolvidos no caso, além da apuração do caso pelo Departamento de Homicídios e Corregedoria da PM.

Uma das questões que necessitam de resposta é o fato de policiais da 58ª CIPM terem atuado em uma área de responsabilidade de outra companhia, a 39ª CIPM (Boca do Rio/Imbuí), sem que tenham sido solicitados para tal. A 58ª CIPM é responsável pelo policiamento ostensivo no bairro de Cosme de Farias e adjacências. Já o bairro de Armação, onde Márcio foi morto durante a ação policial, é de responsabilidade da 39ª CIPM.

A distância entre as duas regiões é de 10 km, aproximadamente. Márcio foi abordado, perseguido e baleado pelos PMs quando chegava em casa, na rua Gaspar da Silva Cunha, em companhia de uma amiga. Eles estavam no carro do empresário, um Fiat Palio branco (JRT-8918). A amiga que estava com Márcio, bem como o sócio dele e os policiais prestaram depoimento nesta quinta na Corregedoria da Polícia Militar (CPM), na Pituba.

Ex-mulher de Márcio, Olívia Santana, 43 anos, contou que falou com o empresário antes das 22h de quarta. De acordo com ela, ele disse que uma amiga teve um problema familiar e foi buscá-la na região de Brotas. Os dois iriam passar para comprar um temaki no Imbuí. “A versão da amiga dele é de que, quando eles iriam entrar em casa, viram um carro parado atrás do veículo de Márcio. Não deu para ver que era um carro de polícia porque estava todo apagado (faróis e o giroflex apagados).

Os policiais desceram do carro gritando ‘Sai! Sai! Sai!” e já foram atirando”, contou Olívia Santana. Vizinhos afirmaram terem ouvido diversos tiros na rua.

PMs foram afastados
Após a abordagem, Márcio tentou fugir. Ele voltou pela mesma rua e parou após invadir o canteiro central da Avenida Simon Bolivar. “Depois que o carro de Márcio parou, um PM ainda atirou nele lá, no canteiro central, com o carro parado”, afirmou a ex-esposa do empresário, com base na versão da amiga que o acompanhava. Márcio e a amiga foram levados pelos próprios policiais à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Imbuí. 
“Eu estive na UPA, e a assistente social me disse que os PMs chegaram lá dizendo que ele tinha sofrido um acidente. Depois que o médico examinou, foi que viram as duas perfurações de tiro, na nuca e no braço”, afirmou Santana. 

A SSP informou que os PMs foram afastados e determinou que o Departamento de Homicídios (DHPP) apure a morte do empresário em conjunto com a Corregedoria da PM. “Vamos investigar com celeridade e esclarecer como o fato ocorreu”, garantiu o secretário Maurício Barbosa, em nota divulgada pela SSP.

O velório do empresário será realizado em Salvador e o corpo sepultado na Espanha, onde os pais dele moram. Informações do A Tarde*

 

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