Governo lança programa para aumentar produtividade de empresas

O governo anunciou na quarta-feira (6) um programa para aumentar em pelo menos 20% a produtividade de pequenas e médias empresas do país, por meio da oferta de consultorias para essas companhias. O "Brasil Mais Produtivo", lançado em meio à uma forte crise política, buscará atender três mil empresas até o final de 2017, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Segundo o governo, os consultores serão treinados para aplicar ferramentas de "manufatura enxuta", que prevê intervenções de baixo custo para aumentar a produtividade. Os consultores também serão responsáveis pela indicação da demanda por qualificação profissional da mão-de-obra.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto, os consultores farão um diagnóstico para identificar quais são os pontos em que se percebem desperdícios ou algum problema associado a "layout" e à organização e método. "Em suma, são consultores especializados que já tem uma expertise e podem perfeitamente em um ambiente identificar quais são esses problemas e atuar sobre eles", explicou. Segundo ele, porém, esse programa para melhorar a produtividade é uma "iniciativa limitada, mas que aponta na direção correta".

"Mesmo com alcance limitado, atua na dimensão microeconômica da política industrial. O programa é um semente, uma iniciativa que pode ser ampliada, e que oferece contribuição a um desafio importante, que é melhorar o padrão médio de desempenho da indústria brasileira", avaliou Monteiro Neto.

Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o Brasil tem oportunidade neste momento, com a alta do dólar, de recuperar mercado com a exportação de manufaturas. "Nessa oportunidade, com a taxa de câmbio mais estimulante, a reconstrução das bases sistêmicas da competividade a partir do tecido de pequenas empresas é uma iniciativa essencial", declarou.

O atendimento para cada empresa, pelos consultores, terá duração de 120 horas, e o investimento por empresa é de R$ 18 mil, sendo que R$ 15 mil virão do governo, e outros R$ 3 mil de contrapartida da empresa - valor que poderá ser pago com o cartão BNDES. A primeira fase do programa, que vai até maio de 2017, prevê orçamento de R$ 50 milhões.

Estão aptas a participar do programa indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, que tenham entre 11 e 200 empregados e que preferencialmente estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APL´s), informou o governo. A primeira fase do programa abrangerá indústrias de vestuário, calçados, móveis, alimentos, bebidas e do setor metalmecânico.

APL´s são agrupamentos de empresas, localizadas em uma mesma área, que têm objetivo de melhorar o desempenho produtivo. Além disso, também têm vínculos de integração e cooperação entre si, assim como com o governo, associações empresariais, instituições de crédito, de ensino e pesquisa.