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'Crise': seis em cada dez indústrias demitiram funcionários

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'Crise': seis em cada dez indústrias demitiram funcionários

Por: Sites da Web

Metade das indústrias demitiram nos últimos seis meses.

 

 

Um dia após a publicação da Medida Provisória que criou o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz a jornada de trabalho em até 30%, com uma complementação de 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), limitada a 65% do maior seguro-desemprego, a Confederação nacional da Indústria (CNI) revelou quais são os setores que deverão aderir ao projeto do governo. A indústria automobilística e a de aeronaves são as mais afetadas.


Os efeitos da crise aparecem na queda da produção e no aumento do desemprego. Só nos últimos seis meses, 60% das indústrias extrativas (que extraem produtos da natureza) e de transformação (que transformam matérias-primas, obtidas na natureza, em utensílios para o homem) adotaram medidas para reduzir o uso da mão de obra e o número de empregados.


No setor de veículos automotores, esse número sobe para 78% e, nas indústrias que produzem outros equipamentos de transporte, como aviões, navios, reboques, alcança 73%. As informações são da Sondagem Especial - Emprego, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).


SETOR AUTOMOTIVO LIDERA NÚMERO DE DEMISSÕES
O levantamento mostra que metade das indústrias demitiram nos últimos seis meses. O percentual de empresas que reduziu o número de empregados é maior nas empresas de médio porte (54%) e menor entre as de grande porte (48%). Nas pequenas, o percentual foi de 49%. O setor com o maior percentual de empresas (73%) que demitiram foi o automotivo. Do outro lado, com o menor percentual de indústrias que cortaram o quadro de trabalhadores, está o de bebidas. Nesse setor, 58% das empresas disseram que não reduziram o número de empregados.


"Os setores que mais demitiram foram aqueles que produzem bens de maior valor. Esses setores são os primeiros a serem atingidos pelo aumento dos juros e as restrições ao crédito", analisa o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. "As empresas foram fazendo ajustes à medida que a crise se intensificou", completa o economista.


“À medida que a produção se reduz, algumas empresas adotam diferentes medidas de redução do uso da mão de obra, como alternativa à demissão dos trabalhadores", observa a CNI. Conforme a pesquisa, 42% das empresas adotaram medidas de redução do uso da mão de obra. Entre essas ações, destacam-se a redução do número de turnos, com 38% das assinalações, a não renovação de contratos temporários, com 28% das respostas, o uso do banco de horas e as férias coletivas não programadas, com 26% das menções.


O levantamento da CNI mostra ainda que o elevado custos das demissões, com 52% das respostas, e a preocupação com a retenção de talentos, com 34% das menções, foram os principais motivos que evitaram as demissões. A redução da produção (67%) e as dificuldades financeiras (32%) lideram a lista de razões que levaram as empresas a reduzir o número de empregados nos últimos seis meses.


UM FUTURO NADA OTIMISTA
De acordo com a pesquisa, as demissões continuarão nos próximos seis meses. Entre as empresas entrevistadas, 36% disseram que pretendem reduzir o número de empregados. Dessas, 17% planejam utilizar planos de demissão voluntária. "Um terço das empresas pretende adotar medidas que reduzam o uso da mão de obra, como diminuição de turnos ou adoção de férias coletivas", afirma o estudo.
Entre as medidas mais citadas pelas empresas estão a redução do número de turnos (31%), a promoção do uso do banco de horas (31%), a não renovação de contratos por prazo determinado (28%) e as férias coletivas não programadas (28%).


A Sondagem Especial Emprego na Indústria foi feita entre 1º e 15 de abril com 2.307 empresas. Dessas, 928 são pequenas, 835 são médias e 544 são de grande porte. Extra Online.

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