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Enterrada jovem agredida por namorado: 'Isso não está certo', diz tia

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Enterrada jovem agredida por namorado: 'Isso não está certo', diz tia

Por: Pesquisa Web

Corpo da jovem foi velado na manhã desta quinta-feira, em Itapetinga, na Bahia

Foi enterrado na tarde desta quinta-feira (12) o corpo de Jéssica Nascimento, de 21 anos. A jovem, que estava grávida, morreu após ser agredida pelo namorado na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. O enterro aconteceu no Cemitério Parque da Eternidade, na cidade de Itapetinga, onde a família mora.

Parentes e amigos de Jéssica estiveram presentes no cemitério e lamentaram a morte da jovem. “É um momento de muita tristeza, nunca imaginei que ia enterrar o corpo de minha sobrinha. Isso não está certo”, disse, emocionada, Elma Augusta, tia da vítima. O corpo de Jéssica foi velado em uma capela no centro de Itapetinga, na manhã desta quinta-feira.

A jovem deixa um filho de cinco anos, que morava com os avós em Itapetinga. Segundo informações de Elma Augusta, a criança não esteve no enterro, mas compareceu ao velório da mãe. "Ele é muito novo e ainda não entendeu o que está acontecendo, achamos melhor poupar ele desse momento", explicou. A tia de Jéssica falou ainda sobre o sentimento de impunidade que fica após a morte da sobrinha. “Vamos continuar lutando por justiça, lutando para que esse crime não fique impune”, disse.

Jéssica morreu na terça-feira (10), após duas semanas internada em coma induzido na UTI do Hospital de Base de Vitória da Conquista. Segundo informações da unidade de saúde, Jéssica teve falência de múltiplos órgãos. Na terça-feira, a mãe da jovem Jéssica Nascimento falou sobre a situação em que a garota estava e sobre o medo de perder a filha por conta do estado de saúde delicado. “Eu entrei no hospital, lá na UTI, eu não consegui ficar de junto dela. Quando eu vi aquela cena, eu saí num desespero, chorando, com medo de perder a minha filha”, disse Jeane Augusta Silva.

Crime
O delegado Gustavo Tortarelli, que investiga o caso, informou que, com a morte de Jéssica, o suspeito da agressão, Américo Francisco Vinhas Neto, passa a responder por lesão corporal seguida de morte. Ele teve a prisão decretada na sexta-feira (6) e está foragido. "Muda a tipificação do crime. Agora ele vai responder por lesão corporal seguida de morte, artigo 129, parágrafo 3º do Código Penal. A pena é de 4 a 12 anos", disse.

Enquanto Jéssica estava internada, o suspeito estava respondendo por lesão corporal gravíssima por conta da agressão e da morte do bebê de aproximadamente 4 meses que a vítima perdeu por causa das lesões sofridas no espancamento. O inquérito deve ser concluído até o dia 25 de maio.

UTI
Jéssica estava respirando com a ajuda de aparelhos e não vinha respondendo bem ao tratamento, segundo o relato de familiares. Por causa de uma lesão no pulmão, ela contraiu uma bactéria nos últimos dias, o que agravou bastante o quadro de saúde. A jovem chegou a ter uma parada cardíaca na madrugada de segunda-feira (9). Jéssica havia apresentado sinais de melhora na sexta-feira (6). Segundo a família, ela chegou a abrir os olhos e balbuciar algumas palavras, após os médicos fazerem uma tentativa de diminuir o uso de sedativos, mas a paciente voltou ao coma induzido por conta das febres e pressão alta.

Prisão decretada
O suspeito de agredir a jovem, o estudante de Engenharia Américo Francisco Vinhas Neto, 24 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na sexta-feira. O advogado dele, Gutemberg Macedo, disse que não vê legalidade no pedido de prisão do cliente e que vai entrar com o pedido de habeas corpus. Ainda conforme o advogado, Américo não vai se entregar à polícia até o Tribunal de Justiça da Bahia emitir uma decisão sobre a legalidade do pedido de prisão preventiva.

O mandado de prisão foi expedido pela juíza Juliane Nogueira Santana Rios, da Vara de Violência Contra a Mulher. O pedido tinha sido feito na quarta-feira (4), pelo delegado Gustavo Tortorelli, que investiga o caso. Segundo o delegado, policiais civis da cidade foram até a casa do suspeito no final da tarde de sexta-feira e ele não foi localizado. Aos policiais, conforme informou Tortorelli, foi dito que Américo não estava em casa e que não se sabia do paradeiro dele.

Caso
Jéssica foi agredida em uma festa realizada na casa em que morava com um amigo na cidade de Vitória da Conquista. Além dela e do suspeito da agressão, cinco pessoas estavam no local. Segundo a polícia, Américo Francisco inicialmente negou que teria agredido a jovem. Em um segundo depoimento, na terça-feira (3), ele disse não lembrar do que aconteceu no dia do crime.

O delegado Gustavo Tortorelli informou que o suspeito nega que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima e relatou ter feito uso de drogas e bebida alcoólica no dia da agressão, além de afirmar que não sabia que a jovem estava grávida. Um exame deve apontar se Amério fez uso de drogas no dia do ocorrido. Américo Francisco Neto teve material genético colhido para que seja feito exame de DNA com amostras retiradas do feto. O prazo para o resultado do exame não foi informado.

Segundo o delegado, as investigações apontam que Jéssica e Américo se conheciam há pouco tempo. Testemunhas que estavam na casa da jovem no dia da agressão confirmaram que ela e Américo se conheciam há pouco tempo. A versão dos familiares de Jéssica é diferente. Eles apontam o suspeito como namorado de Jéssica. Os familiares da jovem disseram também que não sabiam que a jovem estava grávida quando foi agredida.

O suspeito da agressão chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto mediante pagamento de fiança. O advogado dele, Gutemberg Macedo, disse que a situação foi acompanhada por um outro advogado e que o valor da fiança foi de cerca de R$ 5 mil.

Conforme Macedo, o cliente foi liberado pelo delegado Tortorelli que configurou o caso como violência doméstica, mas entendeu que a situação era afiançável. O delegado disse que no dia do ocorrido não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida, o que muda a configuração do crime.

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