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Alvo de operação, ex-prefeito de Santo Amaro se apresenta à PF e fica calado

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Alvo de operação, ex-prefeito de Santo Amaro se apresenta à PF e fica calado

Por: G1

Ricardo Machado foi alvo de um mandado de condução coercitiva relacionado à operação que apura desvio de verbas públicas.

O ex-prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado, alvo de um dos oito mandados de condução coercitiva da 5ª fase da Operação Adsumus, se apresentou na tarde de segunda-feira (10), na sede da Polícia Federal (PF), e optou por exercer o direito ao silêncio em todas as perguntas feitas pela polícia e pelos promotores de Justiça.

O ex-prefeito de Santo Amaro chegou a se apresentar na sede da Polícia Federal no dia 7 de julho, um dia depois da operação ter sido deflagrada, mas o depoimento acabou sendo remarcado para a segunda-feira. No dia exato do cumprimento dos mandados, Ricardo Machado não tinha sido localizado em casa pelas equipes da Polícia Federal e do MP.

A 5ª fase da Operação Adsumus pretende desarticular um susposto esquema criminoso de desvio de verbas públicas, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro que envolvia a prefeitura de Santo Amaro e três núcleos empresariais.

No dia da deflagração dos mandados de condução coercitiva, foram cumpridas três das ações. O MP relata que foram localizados o empresário Manoel Andrade Barreto; a irmã dele, Sueli Andrade Barreto; e o ex-secretário de saúde e sobrinho do empresário, Marcelo Barreto Otero. No dia seguinte à operação, além do ex-prefeito, três alvos dos mandados se apresentaram na sede da PF. São eles: o ex-secretário de Administração e Obras, Luis Eduardo Pacheco; a esposa dele, Tatiane Leite Moura; e o ex-vice-prefeito, Leonardo Pacheco.

Investigação
A 5ª fase da Operação Adsumus envolve o alto escalão da antiga gestão da prefeitura de Santo Amaro, que ficou à frente do executivo municipal durante oito anos. Por conta dos desvios, os oito alvos de condução coercitiva, por determinação da Justiça Federal, tiveram juntos um total de R$ 38 milhões bloqueados, valor que envolve dinheiro, imóveis e veículos.

No dia da operação, a delegada Luciana Matutino relatou que a PF entrou nas investigações, que foram iniciadas pelo Ministério Público, porque foi constatado o desvio de recursos públicos federais. “Em determinado ponto, descobriram que parte dos valores desviados proviam de recursos federais da Saúde, da Educação, da Assistência Social e do Ministério das Cidades”.

A investigação apurou que o esquema ilícito funcionava por meio de três núcleos empresariais que recebiam da prefeitura de Santo Amaro valores para realizar obras públicas, fornecer material de construção e alugar maquinário. Entretanto, a PF diz que foi constatado que parte das obras contratadas era realizada por servidores da própria prefeitura, que assim absorviam parte dos custos e possibilitavam o desvio do dinheiro.

Também foi constatada nas investigações, para além das empresas responsáveis por obras, a participação de empresários de postos de gasolina e da área de entretenimento no esquema. Inclusive, segundo o MP-BA, a atual fase da Operação Adsumus partiu da delação premiada de um desses empresários. “Com a colaboração premiada que tivemos com o proprietário de um dessas empresas, aventou também o desvio de recursos na aquisição de combustível”, afirmou o promotor de Santo Amaro, Aroldo Almeida.

No que diz respeito às empresas de entretenimento, o MP-BA diz que foi identificado o suposto operador das propinas desviadas, o empresário Manoel Andrade Barreto . “Curiosamente, um dos sócios das empresas de eventos já foi secretário de Saúde de Santo Amaro, e o empresário que é responsável, de fato, por essas empresas de eventos [...] é do círculo muito próximo de amizade do [ex] prefeito”, conta Aroldo Almeida.

“Esse operador transferia esse valor [desviado] para os servidores públicos envolvidos com as fraudes, que à época eram, no caso, o ex-secretário de Saúde e o ex-secretário de Administração [e Obras]. Essas pessoas transferiam os valores para o ex-vice-prefeito e para o prefeito”, detalha a delegada da PF, responsável pela investigação, Luciana Matutino.

Todos os envolvidos irão responder por crimes de fraude de licitações, superfaturamento, desvios de valores, pagamento de propina em corrupções ativa e passiva, participação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A reportagem não conseguiu contato com nenhum dos suspeitos citados.

 

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