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Mesmo com abastecimento, preços no Ceasa continuam altos: Ainda deve baixar

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Mesmo com abastecimento, preços no Ceasa continuam altos: Ainda deve baixar

Por: G1

Movimento aos poucos vai voltando no Ceasa de Simões Filho (Foto: Itana Alencar/G1 Bahia)

 

O Centro de Abastecimento (Ceasa) de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, voltou a ser reabastecido gradualmente na manhã desta quarta-feira (30), 10º dia da greve dos caminhoneiros. Apesar do abastecimento ter começado a regularizar no local, os preços dos produtos seguem acima do comercializado normalmente, mas já diminuíram com relação aos valores praticados nos primeiros dias da greve.

Antes da paralisação dos caminhoneiros, o saco da batata do reino era vendido aos feirantes por R$ 60. Durante a greve o produto teve alta de 833% e chegou a custar R$ 500. Nesta quarta, os preços estavam entre R$ 400 e R$ 350, como conta a comerciante Noêmia Maia.

"A mercadoria está mais cara, porque ela chega mais cara pra gente. Se não repassarmos o preço para o consumidor, a gente tem prejuízo", explica ela.

Noêmia foi uma das poucas comerciantes da Ceasa que não parou durante os dias da greve. "As vendas estavam muito baixas, porque não tinha muita mercadoria. Ainda não está normal, mas vai regularizar e o preço ainda deve baixar", disse. Também vendedor de verduras, Josemar Souza só acredita que a situação volte ao normal em 15 dias. "É um prejuízo que não dá para recuperar em dois dias", avalia.

Ele também precisou aumentar os preços, para não ter prejuízo. "A caixa do tomate que eu comprava por R$ 40, eu comprei hoje [quarta-feira] por R$ 150. Para o consumidor, o quilo era R$ 3, agora eu vendo por R$ 8, por causa do custo. Não tem condição de passar por menos", pondera.

Para Josemar, a situação só será 100% normalizada após 15 dias (Foto: Itana Alencar/G1 Bahia)

Além da batata do reino e do tomate, outras verduras e legumes também chegam mais caros para os feirantes. A cenoura, que custava R$ 50 o saco, teve alta de 100% e passou para R$ 100. A batatinha que era R$90, agora custa R$350.

Entre os poucos produtos que não tiveram alteração de valor estão os usados para fazer a chamada "comida baiana". Azeite de dendê, castanha de caju e camarão seco continuam com o mesmo valor de antes da greve, como explica o comerciante conhecido como o conhecido "Tio do Camarão", especialista nas iguarias.

"Faltou produto pra mim, fiquei sem receber camarão e castanha, mas não cheguei a ter prejuízo como os vendedores de verduras. Tive queda nas vendas, mas não vai ter aumento para o consumidor, porque o preço para o meu tipo de mercadoria está normal, não faz sentido aumentar", pontua ele.

Mesmo tendo queda nas vendas, o "Tio do Camarão" é a favor da paralisação dos caminhoneiros. "Eu apoio a causa deles. O combustível alto afeta a todos nós. Esses dias mesmo eu precisei pegar fila grande para abastecer com preço bem acima do que eu abasteço normalmente", disse. Entre o movimento de carga e descarga na Ceasa, muitos caminhoneiros que ficaram parados nos bloqueios das rodovias baianas preferiram não comentar a situação.

"Ficar oito dias parado é complicado, oito dias sem ver a família. A gente pensa em furar a paralisação, mas entende que é um movimento de todos e tem respeito pelo outro. Ontem, por volta da meia noite, a polícia liberou os bloqueios, e a gente veio trazer a carga", contou um dos caminhoneiros que não quis se identificar.

Ele fazia o transporte de sacas de farinha e ficou parado em Santo Antônio de Jesus, cidade do recôncavo baiano, de onde é morador.

"Agora eu vou voltar para casa e descansar um pouco das viagens. Estamos com medo de viajar e ter que parar mais dias em outras estradas que podem ser perigosas. Quero ver minha família" disse. 

 

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