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'É muito doloroso', diz irmã de menina morta baleada dentro de escola

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'É muito doloroso', diz irmã de menina morta baleada dentro de escola

Por: Pesquisa Web

Adolescente Maria Eduarda Alves morreu em confronto

Os irmãos da adolescente de 13 anos, que morreu após ser baleada dentro da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, em Fazenda Botafogo, Zona Norte do Rio, estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (31) para reconhecer e liberar o corpo da menina para o enterro. Maria Eduarda, tinha seis irmãos e era atleta de basquete do colégio.

"Quando foi ontem de tarde, eu soube dessa notícia, essa notícia horrorosa, que ninguém gosta de ouvir, que a minha irmã foi baleada. Foi morta dentro de um colégio. É muito doloroso", lamentou a irmã Daniela da Conceição. Imagens exibidas pela Globo News mostram o momento depois da menina ter sido baleada. No vídeo, é possível ver o corpo coberto no chão da escola.

Família diz que menina foi morta com três tiros
A família de Maria Eduarda diz que a morte de jovem pode ter sido uma execução pois, segundo o irmão que fez o reconhecimento do corpo, havia quatro marcas de perfurações. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quando a ambulância chegou ao local, a menina já estava morta. Maria Eduarda fazia aula de educação física quando foi baleada.

“Como que é uma bala perdida, com quatro perfurações no corpo da minha irmã? Bala perdida é se fosse um tiro. Foi uma execução. Eles executaram dois meliantes e ainda executaram a minha irmã”, disse o irmão Uidison Alves. Uidison disse que ajudou a socorrer a irmã e viu que a adolescente tinha sido atingida por três tiros, mas que foram feitos quatro disparos. Segundo o irmão, Maria Eduarda tinha duas marcas tiros na cabeça, sendo que só um a perfurou, e uma marca tiro na nádega. “Isso não é bala perdida”, indagou Uidison. Rosilene, mãe de Maria Eduarda, também esteve no IML e disse que a menina não morreu por uma bala perdida. “Não foi bala perdida. Os PMs estavam douto lado do rio Acari atirando para a direção dos prédios”, afirmou Rosilene.

O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, disse que a corporação não vai se pronunciar sobre as acusações da família da adolescente Maria Eduarda, neste momento de sofrimento, de que a adolescente foi executada com quatro tiros. O major ainda disse, que compreende a dor dos familiares e que toda a documentação relacionada à operação foi entregue à Delegacia de Homicídios. O professor Leonardo Bruno da Silva disse que, no momento dos tiros, havia de 25 a 30 crianças nos pátios nos treinos de vôlei e basquete.

"Quando os tiros começaram as crianças correram e alguma se jogaram no chão. Não era uma operação. Em operações, a gente leva as crianças prata os corredores para que eles fiquem mais protegidos. Foi de repente. O professor de educação física ficou ferido com estilhaços é uma aluna entrou em estado de choque. Vi tudo da minha sala. Foi desesperador. Estou sem coragem e com minha de abalada. A Maria era o exemplo que a educação é o esporte podem salvar crianças em situação de risco. disse o professor. A escola hoje está fechada segundo o diretor, todos estão muito abalados. Na semana que vem será celebrado um culto ecumênico na escola para a comunidade. A data vai ser decidida junto com a família de Maria Eduarda.

Secretário de Educação Cesar Benjamin abraça mãe de Maria Eduarda (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)

Depois a morte de Maria Eduarda, houve um protesto na Avenida Brasil. A via chegou a ser fechada e criminosos aproveitaram para abordar motoristas. A Polícia Militar informou que a adolescente foi atingida por disparo de arma de fogo no fim de tarde e não resistiu, após confronto entre criminosos e policiais na Fazenda Botafogo. Dois homens, que segundo a PM seriam suspeitos de serem traficantes, também morreram. Agentes do 41º e do 9º BPM permaneceram no local juntamente com blindado do 41º BPM. Os irmãos da adolescente ainda não têm detalhes sobre o que aconteceu na tarde de quinta-feira e aguardam esclarecimentos da polícia.

“Eu gostaria de entender o que realmente aconteceu. A gente espera que venha ter ajuda de alguém, pra poder ter um esclarecimento. A gente não sabe realmente de onde partiu os tiros. O que a gente quer nesse momento, é uma ajuda pra poder identificar o que realmente aconteceu naquela hora, naquele lugar. Pelo que as pessoas contam, tinham mais crianças no colégio. Poderiam ter sido outras crianças. Tinha uma coleguinha do lado dela que ficou em estado de choque porque viu o corpo dela no chão. A minha irmã era uma menina alegre, estudiosa, brincalhona”, disse Daniela.

Porta-voz da PM diz que não havia operação onde jovem foi baleada
O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, disse na manhã desta sexta-feira (31), em entrevista ao Bom Dia Rio, disse que não havia uma operação policial em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio, onde uma estudante morreu atingida por uma bala perdida, dentro de uma escola. Segundo ele, a polícia tinha sido chamada pelo 190 para coibir a ação de criminosos na região. E acabou se confrontando com suspeitos mais bem armados.

“A morte de um inocente é um dano colateral dos mais absurdos. O policial lida com o medo de errar, o medo de perder a própria vida e a situação fica mais tensa, mais perigosa. E aquela região é ocupada por diferentes quadrilhas, e os conflitos viraram ato comum. E a sociedade sofre”, disse o porta-voz da PM.

Homens foram executados por PMs perto de colégio
Os policiais militares que aparecem em um vídeo executando dois homens em Acari, na Zona Norte do Rio, foram presos em flagrante durante a madrugada desta sexta-feira (31) enquanto prestavam depoimento na Divisão de Homicídios da capital. Os PMs foram autuados por homicídio qualificado. A informação é do porta-voz da Polícia Militar, Ivan Blaz.

Nas imagens, os PMs atiram em dois homens caídos no chão, feridos e desarmados, perto de uma escola em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os homens estão se mexendo quando os policiais atiram contra eles, com fuzis. A corregedoria da PM disse, na noite de quinta-feira, que estava apurando a gravação. Ainda segundo a Polícia Militar, os dois homens estavam armados e trocaram tiros com a PM antes de serem mortos.

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