Móveis são retirados antes de polícia fazer perícia na casa de padrinho

Parentes e amigos de Rafael Pinheiro, 28 - que confessou ter ocultado o corpo de Marcos Vinícius Carvalho, 2 anos, em Itapuã -, retiraram móveis da casa do suspeito. O CORREIO flagrou a ação no momento em que eles colocavam uma mesa em uma caminhonete branca, na quinta-feira. A casa fica em Nova Brasília de Itapuã.

O CORREIO questionou à Polícia Civil, desde o início da tarde de ontem, a não realização da perícia no local onde supostamente o menino faleceu, após, segundo Rafael, a criança ter passado mal. Após reconhecer que tinha conhecimento de que o local foi alterado, a Polícia Civil informou, no fim da tarde de ontem, que técnicos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) estavam trabalhando no local. 

O delegado Antônio Carlos Santos, titular da 12ª DT (Itapuã), anteriormente responsável pelas investigações, afirmou que iria pedir a perícia na casa. “Eu ia pedir, mas como o caso era um homicídio, foi repassado para o DHPP”, disse.

Segundo a assessoria da polícia, a perícia foi solicitada antes do corpo de Marcos Vinícius ter sido encontrado, como uma “estratégia de investigação”, mas não aconteceu porque Rafael confessou a ocultação. Um prazo para que o laudo pericial fique pronto não foi estabelecido. A apuração do caso agora está sob a responsabilidade do delegado Marcelo Sansão, titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), que não foi encontrado para comentar as informações.

Ontem, um vídeo circulou ontem pelo WhatsApp, em que Rafael aparece sendo ameaçado após ser preso. Apesar de dizer que não assassinou o garoto, Rafael é incriminado pelo autor do vídeo, que prevê retaliações.

“Você merece ser morto é de faca”, afirma quem gravou. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap), Nestor Duarte, o vídeo não teria sido gravado durante o período em que o suspeito estava sob custódia do órgão.

Segundo ele, Rafael está isolado, preso no Centro de Observações Penais (COP), no Complexo Penitenciário da Mata Escura. “Seria um erro primário colocá-lo junto aos demais presos. Tomamos as medidas para que não haja retaliações”. 

Até ontem, o corpo de Marcos Vinícius permanecia no Instituto Médico Legal (IML), onde será submetido a um exame de DNA.