Comandante do 12º Batalhão fala sobre desafios e êxitos no combate ao crime

Coronel aconselha os pais a cuidarem dos filhos (Foto: Sheila Barretto/CN)

Camaçari tem vivido tempos difíceis no que diz respeito à segurança pública. Com uma frequência espantosa, pessoas têm sido assassinadas, lojas estão sendo assaltadas e o tráfico de drogas avança cada vez mais. A nossa reportagem conversou com o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Henrique Melo, sobre o trabalho da PM no município, os desafios e as ações que têm dado resultados positivos.

O comandante destaca as transformações da cidade nesses 259 anos, que contribuíram para o aumento da violência, e ressalta que a responsabilidade por resolver não deve ser só da polícia. “Nesses 259 anos muita coisa mudou, a nossa sociedade está doente. Tanto que os índices de violência demonstram isso. É uma briga no trânsito, uma discussão dentro de sua casa, o abandono das suas crianças, tudo isso são fatores que a gente presencia hoje. Nós temos que comemorar muito, mas temos que deixar claro também que é necessária uma reflexão de cada família nesse sentido. Porque pensar que é a polícia que vai resolver, que é o governo que vai resolver o problema da violência, é muito complicado. Cada um tem que fazer a sua parte que começa por tomar conta dos seus filhos”.

Combater a criminalidade em uma cidade complexa como Camaçari não é fácil. A explosão populacional causada pela instalação do Polo Industrial no final dos anos de 1970, fez com que a população crescesse de forma muito rápida e desordenada. De acordo com o coronel, Henrique Melo, a polícia realiza um estudo da população e seus indicadores para saber como enfrentar as mais diversas modalidades de crime, sobretudo o tráfico de drogas.

“O tráfico de drogas é um problema gravíssimo. Então a Polícia Militar está sempre abordando, fiscalizando. Para se ter uma ideia, neste ano de 2017, nós já apreendemos 107 armas, já conduzimos para o Ciretran mais de 3000 veículos de quatro e duas rodas. E alguém pode perguntar: o que é que tem a ver conduzir veículo para o Ciretran com crime? Mais de 80% dos crimes são praticados em veículos. Então nós temos que abordar e fiscalizar pra tentar inibir a prática desses crimes”.

“Efetuamos mais de 2000 conduções às delegacias, além de termos circunstanciados com adolescentes e atuamos com a produtividade alta. Infelizmente ainda não conseguimos reduzir a zero, como a população anseia e nosso sonho é esse também, reduzir à zero o índice de violência, mas enquanto não chegamos lá, nós trabalhamos duro. Sentimos na carne quando perdemos um policial esse ano, justamente pelo ato criminoso, mas nós não esmorecemos. Nós vamos continuar lutando, dando duro pra trazer paz pra essa população que muito nos merece”, disse o militar se referindo ao policial Antônio Jorge do Nascimento, assassinado a tiros na rotatória da CETREL no último dia 15.

A Polícia Militar também tem efetuado operações de sucesso em Camaçari. “Criamos operações baseadas nas maiores queixas da população. A Operação Alvorada, feita no horário das 5h às 7h, quando as pessoas estão indo trabalhar e muitos assaltos aconteciam. Efetuamos diversas prisões. A Operação Sossego, que trata da poluição sonora e atinge a todos, veículos e estabelecimentos. E criamos também a Operação Ronda Escolar, fiscalizando a escola, até mesmo a pedido dos diretores e estas são algumas operações de sucesso”, conta.

O comandante também destaca o trabalho da Base Comunitária de Segurança (BCS). “Além do serviço de polícia ostensiva, propriamente dito, nós temos a ação da nossa Base Comunitária, comandada pelo Capitão Arcanjo, com diversas ações sociais, inclusive com curso de informática, karatê, nossa equipe de tênis de mesa foi, inclusive, campeã estadual e estamos favorecendo outros cursos para que a população possa, além de interagir com a Polícia Militar, também ter uma atividade que possa ser desempenhada. Vamos continuar fomentando ações pra que a gente possa dar uma melhor qualidade de vida aos camaçarienses”.