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Filho de prefeito que disparou tiros contra arquiteto após discussão é preso

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Filho de prefeito que disparou tiros contra arquiteto após discussão é preso

Por: Pesquisa Web

O arquiteto Wilson Magalhães.

O empresário João Vitor Magalhães, 27, filho do prefeito de Sítio do Mato, Alfredo Magalhães (PDT), foi preso na quarta-feira (6) em Bom Jesus da Lapa (no Oeste) por porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio contra o arquiteto Wilson Magalhães, 41, após uma discussão de trânsito dia 26 de novembro.

João Vitor foi preso preventivamente por volta das 17h no escritório da sua empresa de gêneros alimentícios, onde guardava a arma do crime no dia do ocorrido. Segundo a Polícia Civil, ele não ofereceu resistência à prisão e foi levado para a carceragem da 24ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Corpin), em Bom Jesus da Lapa.

O delegado Jakson Trindade, coordenador da 24ª Corpin, informou que a prisão ocorreu devido as provas e testemunhas coletadas durante a investigação comprovarem o crime de tentativa de homicídio. A reportagem não localizou a defesa de João Vitor para comentar sobre o assunto.

“Ficou bem claro neste caso a tentativa do homicídio. A partir da prisão, temos 10 dias para concluir o caso, e espero que até a terça-feira que vem, no mais tardar, esteja entrando com o indiciamento contra João Vitor por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo”, disse o delegado.

Trindade informou que no dia da discussão que culminou com uma perseguição pelas ruas da cidade, por um trecho de cerca de 1,5 km, João Vitor disparou 10 tiros contra o arquiteto Wilson Magalhães. A arma usada no crime foi uma pistola 380 licenciada, mas sem autorização do porte para uso.

“Ele praticamente descarregou a pistola, pois o pente dela pega 15 projéteis”, comentou o delegado, que esclareceu que no dia do crime foram registradas duas queixas contra João Vitor, uma por ameaça e outra por tentativa de homicídio. “O crime de ameaça ele vai responder por fora, não está incluso nesse caso da prisão”.

João Vitor só não foi preso no dia do crime porque se apresentou espontaneamente à delegacia. “Quando isso ocorre, a pessoa deixa de estar em situação de flagrante, que se aplica a casos de captura, seja pela polícia ou pela própria população. O que fizemos está dentro da lei. Investigamos e pedimos a prisão preventiva”, completou Trindade.

Na carceragem onde João Vitor está preso há, segundo o delegado, quase 50 detentos num local construído para 34. No local só ficam presos menos perigosos. Os que podem causar maiores problemas são enviamos para os presídios de Vitória da Conquista ou Barreiras, ambas a mais de 300 km de Bom Jesus da Lapa.

O advogado Cassiano Lúcio Lisboa Veríssimo, que apresentou João Vitor à delegacia no dia do ocorrido, disse que não está mais no caso. A Polícia Civil informou que três advogados estão atuando em defesa de João Vitor, mas não souberam informar o nome deles e nem o telefone de contato.

A reportagem tentou ainda falar com o prefeito de Sítio do Mato, Alfredo Magalhães, que também teria ameaçado de morte o arquiteto Wilson Magalhães, mas ninguém atendeu aos telefones. A polícia informou que não abriu inquérito para investigar o crime de ameaça porque se trata de uma situação que pode ser resolvida por meio de termo circunstanciado.

Arquiteto fugiu da cidade
Há uma semana que o arquiteto Wilson Magalhães não está mais em Bom Jesus da Lapa. Por iniciativa própria, ele preferiu ir para uma cidade não informada por que tem visto pessoas estranhas rondarem a casa dele depois do ocorrido. Não acessa mais internet, mantem contato apenas por celular com pessoas de confiança.

“Preferi fugir por receio de algo que possa ocorrer com minha vida. Onde estou não saio de casa à noite e nem ando desacompanhado. Comuniquei minha saída ao Ministério Público. Estou sem trabalhar, sem carro, por causa de um ato que alguém cometeu porque achava que estava com a razão”, completou.

No dia da confusão, por volta das 20h do dia 26 de novembro, o arquiteto andava pelas ruas de Bom Jesus da Lapa em seu veículo Cruze branco, de placa OUO 4788, quando ultrapassou uma picape Hilux branca que andava lentamente em sua frente. Na Hilux estavam João Vitor e o irmão Alfredo Magalhães Neto, que dirigia o carro. O arquiteto disse que os irmãos passaram a seguir o seu veículo depois de ter ultrapassado a Hilux numa sinaleira próxima a ao campus da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob).

Uma outra picape não identificada e que carregava uma lancha no reboque teria ultrapassado o Cruze e ficado na frente, andando devagar, enquanto a Hilux vinha atrás, com a intensão, disse o arquiteto no boletim, de causar um acidente.

A Hilux, em seguida, começou a fechar o Cruze. Ao parar em uma sinaleira, o arquiteto disse que baixou o vidro do carro e perguntou aos ocupantes da Hilux se estavam querendo provocar um acidente, tendo João Vitor dado um soco no retrovisor do Cruze, quebrando-o. O arquiteto passou a seguir a Hilux, que se dirigiu até o comércio da família, nas proximidades do mercado municipal. João Vitor foi até o escritório e pegou uma pistola 380 e começou a disparar.

De acordo com populares, a vítima saiu desesperada, gritando por socorro, enquanto João Vitor o perseguia, desferindo vários tiros em sua direção. Na fuga, o arquiteto atropelou Alfredo Neto, que teve escoriações leves e junto com João Vitor foram atrás da vítima, disparando tiros pela cidade.

Sem alternativa, o arquiteto fugiu em direção à delegacia local, onde prestou queixa, mesmo com o pneu do carro furado. Fotos mostram ao menos quatro marcas de tiros no veículo. João Vitor se apresentou a polícia uma hora depois do fato junto com o pai Alfredo Magalhães, momento em que teriam ameaçado o arquiteto de morte.

Wilson Magalhães disse que vai entrar com processo por danos morais e materiais contra João Vitor. “Estou esperando meu carro ser liberado pela perícia para o seguro fazer a avaliação. Tive um dano muito grande e vou querer a reparação”, finalizou. Fonte: Correio*
 

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