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<b>Empresária tem fotos íntimas vazadas no WhatsApp após vender celular</b>

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Empresária tem fotos íntimas vazadas no WhatsApp após vender celular

Por Pesquisa Web

 

A empresária e enfermeira Elimar Reis dos Santos, de 38 anos, teve fotos íntimas vazadas na internet depois de vender o aparelho celular em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Elimar, que é dona de uma loja de calçados no centro da cidade, reside no Bairro Ponto Parada e o fato vem causando vários transtornos para sua vida pessoal. O material acabou viralizando nas redes sociais e tem sido compartilhado em diversos grupos de WhatsApp.

A empresária contou que vendeu o celular para um rapaz que trabalha em uma loja próximo ao seu estabelecimento. Antes de passar o aparelho ao comprador, Elimar disse que apagou todas as fotos, mas acabou esquecendo de um detalhe: mesmo deletando, as fotos continuaram salvas na nuvem, um serviço online onde você pode guardar seus arquivos por meio de um backup feito automaticamente pelo aparelho.

“Eu não sabia que o celular fazia o backup das fotos no gmail. Eu tinha muita confiança nesse rapaz que vendi o aparelho, porque um outro celular antigo que ele comprou em minha mão, ele criou o e-mail. Só que nesse último que vendi para ele, eu só apaguei as fotos do aparelho. E agora essas fotos que fiz foram espalhas na internet”, conta Elimar, em entrevista.

Porque tirou foto nua?
Elimar explicou que recentemente realizou uma cirurgia de estética no abdome e participava de um grupo no Whatsapp composto somente por mulheres que haviam realizado o mesmo procedimento. Segundo ela, as fotos eram tiradas para compartilhar entre elas sem mostrar o rosto, e em seguida, eram apagadas do aparelho. Para ela, o backup do celular estava desativado. “Nunca postei foto desse tipo, principalmente mostrando o meu rosto. Nem para a pessoa que eu tenho um relacionamento, a pessoa com quem eu durmo, que conhece o meu corpo, nunca mandei esse tipo de foto para ele”, relata.

Montagens
Depois que as imagens vazaram, ela conta que as pessoas estão se aproveitando da situação para fazer algumas montagens. “Estão pegando outras fotos de mulheres mostrando a genitália e colocando no meio das minhas imagens. Nunca tirei foto mostrando a genitália. É como eu disse, minhas fotos eram apenas para expor como ficou a cirurgia estética, sempre cortando o rosto em um grupo privado de mulheres”, ressalta. A empresária acrescenta que teve a vida “marcada pelo crime na internet. “Eu vou ter que conviver com isso para o resto da minha vida”.

Como você se sentiu ao ser exposta dessa forma?
“Toda a minha família foi abalada por esse crime. Estou extremamente chocada, mexeu na minha vida profissional, sentimental, e financeira. Alem disso, tenho filho adolescente, tenho evitado sair de casa, atrapalha, inclusive, no meu comercio, pois tive que me afastar.

Quem está tomando conta da loja é a minha irmã, que também tem sofrido constrangimento. Também estou com medo de perder meu emprego de enfermeira, pois também trabalho em um grande hospital de Salvador. É um constrangimento muito grande para mim”, lamenta a empresária.

Segundo ela, a maior parte das pessoas acha que pelo simples fato de eu ter sido exposta, que eu sou culpada. “Vi uma postagem em um grupo dizendo: ‘ela é descarada mesmo’. Eu não sou isso que estão falando”, declara.

Investigação do caso
De acordo com a empresária, uma denúncia de crime cibernético com base na “Lei Carolina Dieckmann” já foi registrada na 22ª Delegacia Territorial de Simões Filho, e o fato já o foi comunicado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). A denuncia também será enviada a Polícia Federal.

O nome e o endereço do acusado apontando como principal suspeito do crime já foi passado para a policia, que deu iniciou as investigações. Administradores de grupo, bem como as pessoas que fizeram o compartilhamento das imagens, também estão sendo investigadas. “Já temos prints de grupos e alem do rapaz que vendi o celular, outros dois homens que estão compartilhando e me difamando já foram identificados”. “Quero que o responsável seja punido juntamente com as pessoas que estão compartilhando as imagens. Minha família está muito abalada, ninguém merece passar por uma situação como esta”.

Qual a punição para os acusados?
Ao Simões Filho Online, o advogado João Freitas, especialista em direito civil, informou que divulgar fotos ou vídeos de conteúdo íntimo é crime, como descrevem os Artigos 139 (Difamação) e 140 (Injúria), ambos do Código Penal. “Quem tiver a sua intimidade devassada desta forma deve, primeiramente, registrar um BO (Boletim de Ocorrência) na Delegacia de Polícia mais próxima, para que assim a autoridade policial inicie a investigação”, pontua.

Ainda segundo Freitas, caso haja a invasão de dispositivo eletrônico (celular ou tablet), incidirá a Lei 12.737/2012, que trata sobre a invasão de qualquer dispositivo eletrônico, incluindo os computadores, esta lei foi apelidada de “Carolina Dieckmann”. “O cerne da questão está na falta de autorização da vítima na divulgação. Mandar ‘nude’ não é crime, contudo, é crime divulgar fotos ou vídeos sem autorização”, explica.

“Processos deste tipo tramitam, sempre, sob segredo de justiça, isso significa que o processo só é acessível às partes envolvidas, ou seja, tanto o acusado quanto a vítima estarão protegidos de curiosos. Importante salientar que além de crime, tal conduta é um ilícito civil, ou seja, o responsável poderá, ainda, ser condenado a pagar uma indenização por danos morais à vítima”, completa João Freitas.

Vale informar que quem compartilhou as imagens nas redes sociais, se tiver intenção de ofender a honra da vítima, também pode ser responsabilizado. Informações do site Simões Filho Online*

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