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Após 1 mês no comando do batalhão, coronel Grun fala sobre segurança em Camaçari

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Após 1 mês no comando do batalhão, coronel Grun fala sobre segurança em Camaçari

Por: Sheila Barretto

Tenente-coronel Marcelo Grun (Foto: Sheila Barretto/CN)

Desde o dia 19 de junho, o 12º Batalhão da Polícia Militar em Camaçari está sob o comando do tenente-coronel Marcelo Bestetti Grun. Neste primeiro mês à frente da Unidade, o militar afirma que está em processo de diagnose e recompondo a equipe. Porém um planejamento estratégico já está sendo desenvolvido para o enfrentamento da violência em Camaçari.

“Eu preciso conhecer o terreno que eu agora estou comandando, então só depois que eu conhecer realmente quais são os locais com maior incidência criminal, quais são os locais que a gente pode fazer um trabalho mais comunitário, os locais onde a gente pode fazer ações preventivas, então a gente vai desenhar alguma coisa nesse sentido, de aplicar os meios que nós temos da melhor forma possível pra gente poder buscar os melhores resultados”, disse o comandante.

Apesar do pouco tempo em Camaçari, o coronel Grun já percebeu a complexidade do município no que diz respeito à segurança pública. “Camaçari tem um número de homicídios alto. A gente tem identificado os pontos onde têm ocorrido os homicídios, geralmente é nas mesmas localidades, pelos mesmos motivos, como uma dívida de tráfico de drogas, uma pagamento que não foi feito, o próprio tráfico querendo ocupar outro território. Estamos intensificando o policiamento, atuando, abordando, fortalecendo o trabalho de inteligência. Mas é um problema complexo que não depende só da polícia, a polícia faz parte desse processo”.

A violência é um problema que atinge todo Brasil. A cada dia que passa nos tornamos reféns da criminalidade e a resolução definitiva parece estar longe. O comandante Marcelo Grun aponta que as leis no nosso país precisam ser revistas para acabar com a sensação de impunidade que faz com que os bandidos não temam a prisão, pois sabem que logo estarão soltos e cometendo novos crimes. Ele também destaca a falta de estrutura familiar, que abandona as crianças à própria sorte justamente no momento em elas deveriam ser educadas para o bem.

“A gente tem o sistema de leis do país, que, no meu ponto de vista, é fraco. Eu acho que a sensação de impunidade por conta dessas leis também facilita um pouco o aumento da violência. E tem também a desestruturação das famílias, os pais pegam os filhos, jogam na escola e acham que é a escola que vai educar, quando não é. Na minha visão, a gente tem que trabalhar sempre na prevenção e a prevenção começa na origem. Então nós temos que identificar qual é o problema lá na origem, trabalhar na busca desse problema, pra lá na frente  não cair no colo da polícia”.

Além dos homicídios, Camaçari também passa por uma onda de assaltos e o tenente Grun afirma que a participação do cidadão é fundamental para o trabalho da Polícia Militar. “Muitas pessoas falam da questão dos assaltos, dos furtos, mas não registram o fato em delegacia. A gente hoje trabalha muito com dados e com base nesses dados, é que a gente vai ampliando as nossas rondas. É importante que as pessoas deem queixa na delegacia, porque através dessas informações a gente consegue colocar no nosso mapa de rondas, já que a gente não tem efetivo pra colocar o tempo todo em todos os lugares, o efetivo é pequeno. Mas a gente consegue fazer rondas, a gente consegue parar em alguns momentos em alguns locais pra poder inibir aquela ação”.

Além de procurar a delegacia para registrar as ocorrências, a população também pode fazer denúncias de forma anônima, por meio do número 190, que cai direto na central do 12º BPM, ou através do WhatsApp (71) 9-9987-2330 e telefones fixos (71) 3627-8041/3607. De acordo com o comandante, muitas prisões têm sido efetuadas com base nessas denúncias, mas ele reclama que o número de trotes é também muito grande.

O comandante também dá dicas para evitar os assaltos. “As pessoas precisam andar mais atentas. Elas ficam completamente distraídas com o celular, param na porta de suas casas de madrugada e ficam conversando, ficam dentro do carro namorando, ficam mexendo no celular dentro do carro, e o bandido hoje observa quem vai ser o alvo dele, que é quem está mais vulnerável, mas desatento. Ninguém gosta de dificuldade, ladrão também não. As pessoas precisam diminuir as oportunidades. As pessoas precisam tomar medidas preventivas, infelizmente a gente tem que dizer isso, mas é uma realidade”.

Outra questão que contribui para o aumento da criminalidade, segundo o coronel Grun, é falta de estrutura das cidades. “Tudo interfere em segurança pública, falta de iluminação, falta de habitação, falta de saneamento, tudo isso são circunstâncias que estão diretamente ligadas à segurança. Você vai nos bairros que são meramente invasões, sem saneamento, sem qualidade nenhuma de vida, sem iluminação, sem nada, de difícil acesso, tudo isso dificulta o nosso trabalho. É uma situação difícil e complexa e eu não vejo uma solução a curto prazo, é uma solução a longo prazo, agora precisa iniciar”.

Por fim, o tenente-coronel Marcelo Grun deixa uma mensagem para os camaçarienses. “Confie no novo comandante, confie na Polícia Militar que a gente vai estar fazendo um trabalho pra melhorar o policiamento. Estamos 24 horas na rua, em qualquer lugar, e colaborem com nosso serviço, denunciando”.

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