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Estou com medo da morte, diz moradora que filmou PMs forjando cena do crime

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Estou com medo da morte, diz moradora que filmou PMs forjando cena do crime

Por: Sites da Web

Testemunha teme voltar para a comunidade

 

A moradora que gravou o vídeo em que cinco policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Providência forjam a cena de um crime na comunidade afirmou em entrevista ao Cidade Alerta RJ que teme a morte e não volta mais casa. Para ela, uma represália pode acontecer a qualquer momento.

A testemunha conta que acordou ao ouvir o som dos tiros e foi até a janela para entender o que estava acontecendo. Quando viu o menino baleado no chão, ela pegou o celular de uma amiga e começou a filmar. Apesar do medo, a moradora acredita que fez o que era certo.

— Eu sinto que tenha ajudado a população, porque aquilo foi um erro. Foi uma afronta e um erro o que eles fizeram. Quero que a justiça seja feita.

A mulher também conta que nunca confio na polícia pacificadora, e afirma que os policiais que aparecem nas imagens eram conhecidos na Providência por fazerem "o plantão do medo".

— Quando eles estavam de plantão, acontecia tiroteio de manhã, de tarde e de noite. Ninguém ia pra escola, ninguém trabalhava. Era o plantão do terror e do medo. Pelo histórico dos envolvidos na cena forjada do crime, ela diz que não repetiria o feito de gravar um crime como o que aconteceu na terça-feira (29).

— Não faria o vídeo novamente, se visse uma outra cena parecida. Minha vida tá sem rumo, sem destino e eu estou com medo da morte. A moradora também conta que foi procurada por autoridades e terá ajuda para se proteger de represálias.

As imagens que os PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Providência dispararam uma arma de fogo após colocá-la na mão de Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, para forjar um confronto com o adolescente. A Justiça do Rio decretou nesta quarta-feira (30) a prisão preventiva dos cinco policiais.

Na decisão, a juíza Maria Izabela Pena Pieranti afirma que não há razão para relaxar a prisão, devido ao flagrante ser regular, inclusive materialmente. Pieranti também diz que “existem suficientes indícios de autoria e prova da existência do crime”. A magistrada também determinou que a fiança arbitrada em 50 salários mínimos, cerca de R$ 40 mil, fosse cassada.

Os policiais Eder Ricardo de Siqueira, Paulo Roberto da Silva, Pedro Victor da Silva Pena, Riquelmo de Paula Geraldo e Gabriel Julião Florido já se encontram presos administrativamente.

A Delegacia de Homicídios abriu dois inquéritos sobre o caso — um que investiga o homicídio e outro que apura a chamada fraude processual, quando há mudança da cena do crime para acobertá-lo. Os investigadores vão realizar uma reprodução simulada do crime com a participação dos PMs, cujas armas foram apreendidas para serem periciadas.

Os policiais serão indiciados pela Polícia Civil por fraude processual. Os cinco responderão também a Inquérito Policial Militar, que investiga administrativamente a conduta dos agentes.

Protestos
Os protestos, que tiveram início após a circulação do vídeo, continuaram na quarta-feira (30). Na terça, um morador que lançou uma pedra em um ônibus morreu após ser atingido por estilhaços. Na manhã de ontem, ao menos oito ônibus, que fazem trajeto do centro à zona sul, foram apedrejados, segundo a Rio Ônibus.

 

Confira a ação:

 

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