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Pequenas mudanças de hábitos mexem com a nossa cabeça e atraem gente nova

Dicas da Gisa

Pequenas mudanças de hábitos mexem com a nossa cabeça e atraem gente nova

Por: Camaçari Notícias

Faz alguns dias, eu estava sacudindo em um avião que vinha de Porto Alegre para São Paulo. Angustiado com a turbulência, fechei os olhos, apoiei as costas da mão esquerda sobre a palma da mão direita e, ali mesmo, sentado na poltrona do avião, me pus a meditar – quer dizer, a prestar atenção em minha respiração e tentar esquecer do resto. Para minha surpresa, deu certo. Por alguns intensos minutos, a turbulência e a angústia ficaram de fora, enquanto dentro de mim havia apenas o ritmo pacífico da respiração.

Meditar é uma das coisas novas que eu comecei a fazer recentemente. Depois de alguns acontecimentos pesarosos, decidi que não estava feliz e precisava de mudanças. Arranjei um jeito novo de trabalhar, fiz um retiro espiritual, comecei a meditar, passei a almoçar em um vegetariano alguns dias por semana e – talvez o mais difícil – cortei totalmente o álcool. No momento em que escrevo, estou há seis semanas sem beber.

Sozinhas, nenhuma dessas novidades é capaz de transformar a minha existência. Juntas, elas formam uma onda suave de mudança que tem feito muito bem para a minha cabeça. Percebi, de repente, que não preciso viver o resto da vida como tinha vivido até então. Meus hábitos podem ser alterados radicalmente. Minha rotina pode ser reinventada. Até as minhas velhas ideias sobre o mundo podem sofrer revisão. Dá para tentar ser feliz de outro jeito.

 

 

Naturalmente, há freios interiores que resistem a qualquer alteração de rota. Somos animais de hábitos. Depois de cinco ou dez anos fazendo a mesma coisa (no trabalho ou na vida pessoal) tendemos a nos acomodar irremediavelmente. A rotina vira a própria vida, e qualquer ameaça a ela nos parece uma ameaça à nossa integridade. Assim, nos transformamos naqueles caras acomodados que criticávamos de forma tão dura aos 20 anos. Assim, viramos aquela pessoa que jurávamos que jamais iríamos ser.

O que eu percebi nos últimos dias, de forma absolutamente experimental, é que as pequenas mudanças ajudam a romper o torpor e nos preparam para modificações maiores. Você não vai recomeçar sua vida totalmente na segunda-feira, mas pode começar a correr ou fazer ioga. Não dá para revolucionar a sua existência na manhã de sábado, mas dá para fazer uma trilha, em vez de ficar no sofá deprimido, vendo séries na Netflix. Às vezes uma mudança simples – como parar de fumar ou beber, ou começar a andar de ônibus ou bicicleta – abre a porta para novas pessoas, associadas ao seu novo comportamento, que serão capazes de levar sua vida a novas direções. Por que não tentar?

Eu ando tentando, em várias direções, na esperança de que a minha vida fique mais leve e mais divertida. Na expectativa, também, de cruzar com gente interessante com quem nunca cruzei, por estar olhando para o outro lado. Pode ser gente que cuida de cachorros, já que agora eu tenho gatos. Pode ser gente que viaja para a Índia, porque ioga e meditação me interessam. Pode ser uma artista plástica de esquerda, uma feminista bem feminina ou uma mulher coberta de tatuagens, que me convença a fazer a minha primeira. Quando a gente decide modificar o nosso mundo, novas pessoas começam a aparecer.

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