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Vírus da Chikungunya desencadeia atrite crônica após três anos em 60% dos casos

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Vírus da Chikungunya desencadeia atrite crônica após três anos em 60% dos casos

Por: CN com Assessoria de Comunicação

A Chikungunya (CKV) é uma das três doenças transmitidas atualmente no Brasil pelos mosquitos  Aedes aegypti e Aedes albopictus. As outras são a dengue e a zika. Apesar de seus sintomas diretos serem bem conhecidos pela população, o que muitas pessoas não sabem é a relação direta da Chikungunya com as doenças reumáticas, que podem ser agravadas, ou até mesmo induzidas, pelo vírus. Esse quadro é um grave problema de saúde pública nos locais da epidemia, mas cuja característica e evolução são pouco conhecidas.

A Bahia, que foi a segunda porta de entrada da doença no Brasil, é um dos locais mais afetados. As cidades de Feira de Santana, Riachão do Jacuipe, Lauro de Freitas e Salvador são os municípios que registram maior ocorrência. “A CKV é uma virose que, ao penetrar nos seres humanos por meio da picada do mosquito, desencadeia a doença em cerca de 95% dos casos. Isso costuma ocorrer num prazo de dois a quatro dias. A doença se caracteriza por febre, lesões de pele, dores musculares, cefaleia, dor nas juntas, mal-estar e dor nas articulações.

O mais preocupante, no entanto, é que uma parcela relevante destes indivíduos doentes evoluirá para o quadro de artrite, ou seja, inflamação de suas articulações. Nestes casos, elas ficam inchadas e extremamente doloridas, com dificuldade para andar, levantar os braços, subir escadas, pegar objetos e até mesmo dormir. Com esses sintomas, muitos indivíduos ficam sem trabalhar ou frequentar a escola”, explica o reumatologista da Diagnoson a+, Jozélio Freire de Carvalho.

Uma média de 88% a 100% das pessoas com CKV apresentarão quadro articular nas primeiras seis semanas de doença e isso vai reduzindo lentamente. Impressiona o dado de que 60% dessas pessoas poderão sofrer de artrite crônica após três anos da picada do mosquito.

Estudos realizados em países da Ásia (Ilha Reunion) confirmam esse aspecto e demonstram que a artrite por Chikungunya pode durar de apenas alguns meses até um período entre 6 e 8 anos, caso não seja tratada adequadamente. 
Hoje, os consultórios dos reumatologistas estão recebendo cada vez mais doentes com a forma crônica da doença, que tem baixa resposta ao tratamento somente com analgésicos e anti-inflamatórios.

“Em muitos casos, é necessário o uso de corticoides e até mesmo imunomoduladores, sempre com acompanhamento médico de um reumatologista. Um estudo revelou que 63% dos pacientes têm dificuldade em levantar da cadeira após a Chikungunya, 55% em andar e pegar objetos, 53% não conseguem abrir uma garrafa e 37% relatam dificuldade para tomar banho diário”, ressalta o médico.

Além de poder induzir diretamente a artrite, o vírus CKV também pode revelar uma doença reumática que ainda não havia se estabelecido, tais como artrite reumatóide, espondiloartrites, artrite psoriática e gota, e até mesmo a psoríase – doença inflamatória da pele – pode se iniciar após a CKV.

“Outra consequência é que os pacientes com doença reumática prévia podem apresentar piora no quadro de reumatismo, com o agravamento das dores. O vírus também pode induzir ou agravar a síndrome do túnel do carpo - dormência e formigamento na mão e no braço, causados por um nervo comprimido no pulso. Não há vacinas nem tratamento especifico para o vírus CKV. Entretanto, as manifestações reumáticas da doença podem e devem ser tratadas por um reumatologista”, finaliza Carvalho.

CKV no Brasil
Em 2004, houve uma epidemia na África e Ásia que atingiu cinco milhões de pessoas. Em 2013, o vírus chegou ao Caribe e, em 2014, ao Brasil. Os primeiros casos foram identificados no estado da Bahia, mais especificamente em Feira de Santana, no mês de abril daquele ano.

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