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Produtor musical fala sobre Bob Marley e a importância do reggae

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Produtor musical fala sobre Bob Marley e a importância do reggae

Por: Sheila Barretto

Eduardo Viana, produtor musical (Foto: Rudson Santos/CN)

No dia 11 de maio de 1981, morria em Miami, nos Estados Unidos, vítima de um câncer, o cantor jamaicano Robert Nesta Marley, o Bob Marley.  37 anos após sua morte, ele ainda é idolatrado por milhões de fãs no mundo inteiro e é a maior referência quando o assunto é reggae. O produtor musical Eduardo Viana, grande fã de Marley, esteve no Camaçari Notícias para contar um pouco da história do jamaicano e a importância do reggae no cenário musical.

Eduardo relata que o gosto pelo estilo musical começou desde que ele era criança, pela influência familiar. “Eu fui criado ouvindo reggae, meus pais já ouviam e eu me acostumei com a música e o artista que mais a gente ouvia na época, era Bob Marley, que havia estourado e aí nasceu aquela paixão pelo cantor”. A admiração por Bob Marley foi tão grande, que Eduardo deu o nome de Marla a sua segunda filha, que nasceu justamente na data da morte do cantor. “Essa paixão nasceu de uma forma tão espontânea que é inexplicável”, declara.

Bob Marley se tornou uma grande inspiração na vida de Eduardo Viana, tanto que ele seguiu os passos do músico. “Eu fui viver o rastafarianismo, queria imitar Bob Marley, criei dreadlocks, criei barba, fiz uma série de coisas pela música reggae e até hoje eu adoto isso. Bob Marley pra mim foi um grande mestre da música reggae porque, através dele, nações aderiram ao reggae, que é uma música revolucionária, uma música que tenta conscientizar o povo, acordar mentes adormecidas e Bob Marley conseguiu ultrapassar barreiras”.

Através do conhecimento adquirido pela religião e pela cultura, Eduardo vem ajudando outros artistas locais. “Eu venho fazendo alguns discípulos dentro da área do reggae porque o conhecimento que eu busquei ter tem ajudado outras pessoas no sentido de conscientização. Quando eu fiz a banda Reggae Steady, fiz com o propósito de tirar os meninos das ruas e conscientiza-los. Eu acho que a nossa meta não é falar mal do sistema como as músicas de protesto fazem, mas eu acho que a nossa meta é ajudar na educação do nosso país. O reggae traz educação para as pessoas”.

Eduardo também falou sobre o preconceito que os adeptos do reggae sofrem com relação ao consumo de drogas e a aparência. “As pessoas dizem que o rastafári é um drogado, é um maconheiro e não é nada disso. O rastafári é um homem que busca a liberdade. Os dreadlocks que o rasta usa são um protesto ao sistema que nos oferece tesoura, navalha e pente. O homem rasta luta contra essas coisas porque nós podemos dar muito mais sendo nós mesmos, sendo como nós gostaríamos de ser”, explica.

O produtor musical tem um estúdio que é utilizado para ensaios e gravações da sua banda Reggae Steady e de outras bandas locais que pedem apoio. De acordo com Eduardo, Camaçari tem hoje 12 bandas de reggae. “Tem que ter alguém pra abraçar a necessidade das pessoas que são artistas, têm talento e que infelizmente não têm oportunidade porque a cultura do município é muito fraca, não valoriza o teatro, não valoriza os músicos, não valoriza os artistas de uma forma geral”.

Apesar de a caminhada ser muito difícil, Eduardo conta com algumas vitórias. “Nós temos o Coletivo Reggae, fundado pra gente fazer eventos na cidade e estar trabalhando sempre com reggae. Temos também o Movimento Reggae de Camaçari, onde nós já botamos bloco na rua na época dos carnavais e micaretas. Conseguimos através de muita luta municipalizar o Dia do Reggae, comemorado no dia 18 de maio. São vitórias que nós temos alcançado”, comemora.

Pra finalizar, Eduardo Viana resume o que é o reggae na vida dele. “Eu sou muito feliz com as minhas escolhas, com o fato de gostar da música reggae, com o fato dela me alimentar, porque a música reggae me alimenta, sacia minha alma, meu corpo, meu espírito, eu me torno mais forte, mais resistente”.

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