Spotify agora deixa artistas independentes publicarem suas próprias músicas

Sistema de upload do Spotify permite agendar lançamento e personalizar capas e informações dos álbuns (Imagem: Divulgação/Spotify)

O Spotify anunciou o lançamento de um novo recurso que vai permitir aos músicos independentes hospedarem suas próprias músicas na plataforma. A novidade ainda está em fase de testes e funciona por meio de convites, com o serviço sendo o responsável pela moderação e organização das canções nas páginas de cada artista.

O anúncio parece vir como boas notícias para todos os envolvidos no processo. Os maiores beneficiados são os próprios músicos, que não mais dependem de contratos com gravadoras ou agregadores, que normalmente cobram para disponibilizar faixas e álbuns no Spotify. A própria empresa cita essa autonomia como uma das vantagens do novo processo, juntamente com a entrega de maior controle aos artistas sobre seus próprios trabalhos.

Além disso, deve-se levar em consideração o fato de que, com um procedimento mais simples de disponibilização de música, o portfólio do serviço de streaming deve crescer e, da mesma forma, também seu número de usuários. A lista de músicas disponíveis no Spotify é gigantesca, mas, na visão da companhia, sempre há espaço para mais, com a iniciativa visando buscar exatamente isso.

O novo sistema de upload de canções será integrado à ferramenta Spotify for Artists, já existente e que permite a gravadoras e músicos acessarem dados analíticos sobre os ouvintes ou realizarem o contato com a curadoria para inclusão de faixas em listas de recomendação. Por lá, os artistas poderão hospedar canções ou álbuns completos e escolher uma data para lançamento, bem como publicar capas de álbuns ou singles e outras informações sobre as músicas.

A disponibilidade das faixas, claro, não é imediata. O Spotify pede que os músicos cadastrem suas canções, no máximo cinco dias antes da data prevista para lançamento. O tempo é necessário para que a plataforma avalie o conteúdo em busca de quebras nos termos de uso, vasculhe o portfólio por duplicatas, confirme a veracidade das informações e crie páginas de métricas e customização, além de preparar tudo para o envio aos seguidores e usuários.

A renda obtida por meio da reprodução das faixas será dividida ao meio para os usuários da funcionalidade, com 50% indo para o bolso dos artistas e o restante permanecendo com o serviço. Os cheques serão enviados mensalmente e a empresa se responsabiliza pelo pagamento de royalties adicionais a compositores e outros detentores de direitos autorais, sem que o músico tenha que se preocupar com isso.

Apesar de anunciado oficialmente somente nesta semana, o recurso já vem sendo experimentado há alguns meses por artistas como Michael Brun e VIAA. A função continua em estágio Beta, mas, agora, deve ser aberta a mais músicos mediante um convite que será feito pelo próprio Spotify — e artistas também podem entrar em contato com a empresa para solicitarem inclusão, que acontecerá mediante aprovação.

Por outro lado, apesar dos bons resultados, não existe previsão de aplicação da novidade. Por mais que os testes estejam acontecendo há meses, o Spotify ainda os considera em seus estágios iniciais, envolvendo, principalmente, sua usabilidade e até que ponto os artistas efetivamente querem lidar com a publicação de suas canções, bem como com o recebimento direto de pagamentos relacionados às reproduções.

Fonte: Spotify