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Dois meses após desastre em Mariana, dois seguem desaparecidos

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Dois meses após desastre em Mariana, dois seguem desaparecidos

Por: Sites da Web

Dois meses após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, dois trabalhadores seguem desaparecidos. O motorista de caminhão-pipa Ailton Martins dos Santos, de 55 anos, trabalhava como funcionário terceirizado da mineradora, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, havia menos de um mês quando a tragédia ocorreu. Já Edmirson José Pessoa, de 48, é o único empregado da empresa entre as vítimas.

Desde que a barragem de Fundão se rompeu, 17 pessoas que perderam a vida no desastre foram identificadas. Entre elas, estão 12 trabalhadores, quatro moradores de Bento Rodrigues – a localidade mais atingida pelo “mar de lama” – e uma visitante do subdistrito da cidade histórica. Para os parentes dos desaparecidos, a esperança de que os corpos sejam encontrados persiste. “Ainda não passou pela minha cabeça que não vão achar o corpo”, disse Emerson Aparecido dos Santos, um dos três filhos de Ailton, que morava em Catas Altas, na Região Central de Minas.

Casado por 34 anos, o motorista era um pai companheiro. O filho diz que o tempo tem ajudado a aliviar a dor que toma a família há dois meses. “A gente está mais tranquilo, está melhor, mais conformado”, conta.

A mulher de Edimirson, Terezinha de Jesus Lopes Pessoa também afirma que o tempo trouxe alívio para ela e para o filho, mas pouco. Segundo ela, o marido, morador de Santa Bárbara, também na Região Central, estava no quadro de funcionários da Samarco havia quase 20 anos e tinha muito orgulho de trabalhar na empresa.

“Continua muito difícil, a gente vai acostumando, aceitando melhor. Mas está difícil, ainda mais porque não encontraram o corpo ainda para dar um fim nisso. Eu quero que encontre para a gente dar um fim mais digno do que deixar ele perdido lá”, desabafou. Buscas
De acordo com o tenente-coronel Cruz, do Corpo de Bombeiros, dois meses depois do rompimento da barragem de Fundão as buscas continuam, mas tomaram uma dinâmica diferente e agora são pontuais. Segundo ele, por causa das condições climáticas e da extensão da área já vistoriada, os trabalhos não são mais contínuos, sendo iniciados pela manhã e suspensos na parte da noite. Conforme o oficial, nesta segunda-feira (4), não houve buscas porque a instabilidade do tempo não ofereceu segurança aos militares.

O tenente-coronel afirma que, à medida em que áreas dentro do mineradora passam por trabalhos de contenção ou escavação, por exemplo, elas são vistoriadas pelos bombeiros. A corporação também tem realizado buscas quando indícios são encontrados e é acionadaFoi assim no último dia 29, quando funcionários que prestavam serviço para a Samarco em um local perto de Bento Rodrigues chamaram os bombeiros. De acordo com o comandante do pelotão de Ouro Preto, o tenente Júlio César Teixeira, os militares fizeram escavações na área e encontraram parte de um corpo, que foi encaminhada para a realização de exames de identificação.

O Corpo de Bombeiros, segundo o tenente, está à espera da chegada de uma máquina de detecção metálica, que deverá ser fornecida pela mineradora. Segundo ele, o equipamento deve ser usado para a localização da cabine do caminhão-pipa, onde, provavelmente, estava Ailton. O filho do motorista conta que, nesta segunda, recebeu uma ligação do militar, informando sobre a novidade. “Com certeza, deu mais uma esperança”, disse Emerson.
Investigações
Segundo a assessoria da Polícia Civil, o prazo da primeira prorrogação do inquérito vence no dia 9 de janeiro e a corporação deve pedir mais tempo à Justiça. Ainda segundo a polícia, dois diretores da Samarco devem ser ouvidos nesta semana. Nenhum laudo da perícia foi divulgado. O delegado Rodrigo Bustamante é o responsável pelas investigações.


Ministério Público
O promotor Guilherme Meneghin Sá informou que a Samarco ainda não efetuou o pagamento de R$ 100 mil para as famílias dos mortos nas tragédias. Uma reunião no dia 13 de janeiro deve definir como este montante será pago. Segundo Meneghin, os R$ 20 mil para famílias desabrigadas moradoras dos distritos de Mariana já estão sendo pagos pela mineradora. Parte deste dinheiro, R$ 10 mil, é um adiantamento de futuras indenizações.
O promotor avalia que a Samarco está cumprindo as medidas emergenciais acordadas. "A maior parte [medidas emergencias] já foi concluída. Em termos de colocar as famílias em moradias e pagar esta verba mensal [Samarco] conseguiu pagar depois que entramos na Justiça. Poderia ter cumprido sem necessidade de entrar na Justiça", disse.

 

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