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Mesmo com ações, temperatura no mundo deve subir 2ºC

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Mesmo com ações, temperatura no mundo deve subir 2ºC

Por: Sites da Web

As emissões globais de gases com efeito de estufa vão continuar a subir até 2030, a um ritmo menos acelerado do que até agora mas insuficiente para que os termômetros não aumentem mais de 2oC no futuro. Um balanço das promessas apresentadas por uma centena e meia de países às Nações Unidas mostra que o esforço ainda está aquém do necessário, mas vai pelo menos desacelerar o crescimento da poluição climática e reduzir as emissões per capita.

A avaliação foi divulgada esta sexta-feira pela ONU e compreende os planos climáticos de 146 países, representando 86% das emissões mundiais de gases que estão a aquecer o planeta. Até 2030, espera-se um aumento da libertação de CO2 e outros compostos, que será de 37 a 52%, comparado com os níveis de 1990, ou de 11 a 22%, em relação a 2010. Mas a subida será de 10 a 57% mais lenta do que foi nas últimas duas décadas. E as emissões per capita deverão cair até 9% em 2030, em comparação com 1990.

Apesar de ser preciso fazer mais, os resultados da avaliação são vistos como positivos pela ONU – que tinha solicitado a todos os países que dissessem, este ano, como poderiam contribuir, até 2030, para a luta contra as alterações climáticas. “Os governos de todos os cantos do mundo assinalaram, através dos seus INDC [intended nationally determined contributions] , que estão determinados em fazer a sua parte, de acordo com as suas circunstâncias e responsabilidades”, disse a secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, Christiana Figueres, num comunicado.

O mais importante, segundo Figueres, é que o cenário para o médio prazo é agora melhor do que se imaginava antes. “Os INDC têm a capacidade de limitar o aumento da temperatura a cerca de 2,7oC, o que claramente não é suficiente mas está muito abaixo dos quatro, cinco ou mais graus de aquecimento antes previstos”, argumenta a porta-voz da ONU para o clima. O relatório da ONU sustenta que, mesmo depois de 2030, é possível corrigir a trajectória de modo a cumprir a meta dos 2oC até 2100, fixada internacionalmente. Mas há um elevado nível de incerteza sobre os rumos do mundo no pós-2030.

As promessas individuais dos diversos países serão a base de um novo tratado internacional climático que deverá ser aprovado numa conferência das Nações Unidas em Paris, em Dezembro. Antes, a estratégia da ONU era a de fixar metas de redução de emissões e obrigar as nações a cumpri-las. Agora, são os países que dizem primeiro o que podem fazer, e a partir daí se constrói um caminho.

Os planos apresentados têm diferentes abordagens e diferentes datas. A União Europeia comprometeu-se legalmente a reduzir em 40% as suas emissões até 2030, em relação a 1990. Os Estados Unidos prometem uma diminuição de 26 a 28% até 2025, em relação a 2005. A China quer baixar as emissões por unidade do PIB em 60 a 65% até 2030 e, a partir daí, começar a reduzir as emissões em termos absolutos. O Brasil fala em 43% de CO2 a menos em 2030.

Embora a soma de todas as promessas ainda seja insuficiente, a abordagem “de baixo para cima” tem aproximado blocos de países que historicamente estavam em campos opostos nas negociações climáticas. Nações tanto industrializadas, como em desenvolvimento estão a assumir compromissos, ainda que maioritariamente voluntários. O acordo de Paris unirá todos estes esforços para 2030 e possivelmente fixará um mecanismo de revisão destes compromissos a cada cinco anos.

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