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Foram oito votos favoráveis, seis contrários e duas abstenções.
Por: G1
(Foto: Reprodução TV Globo)
A Câmara de Vereadores de Florianópolis rejeitou, pela segunda vez, o título de cidadão honorário ao músico Gilberto Gil. Foram oito votos favoráveis, seis contrários e duas abstenções na terça-feira (14).
Em 2020, a iniciativa chegou a ser aprovada em primeira votação, mas, como eram necessárias duas votações por maioria absoluta, oito dos 23 foram contra o título na segunda rodada.
Neste ano, a proposta foi feita pelos vereadores Carla Ayres (PT) e Afrânio Boppré (PSOL). Para ser aprovado, o texto precisava de aval de maioria ampla e pelo menos 12 votos a favor.
Gilberto Gil vai se apresentar na capital catarinense em 26 de março, durante a Maratona Cultural em comemoração ao aniversário da cidade. A ideia dos vereadores era prestar a homenagem durante a passagem do músico por Florianópolis.
Proposta
O título de cidadão honorário é uma honraria para homenagear pessoas não nascidas em Florianópolis, mas que prestaram serviços relevantes à cidade, ao estado, ao Brasil, à humanidade e são reconhecidos em seus campos de atuação.
Na defesa da proposta, Ayres e Boppré argumentaram que Gil cumpre todos esses requisitos. Ainda citam reconhecimentos como cargo de embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU), ocupante de uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, a nomeação como “Artista pela Paz” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), além das premiações no meio musical.
O vereador Gilberto Pinheiro (Podemos) pediu vista e afirmou que discorda sobre os requisitos. "Principalmente não vejo ligação do homenageado com o nosso município", escreveu o parlamentar, que votou contra a proposição.
Em 2020, a proposta foi feita pelos vereadores Afrânio Boppré e Roberto Katumi.
Preso na década de 1970
Gilberto Gil chegou a ser preso em Florianópolis na década de 1970, durante a ditadura militar. Na época, ele foi flagrado com maconha no Centro da cidade.
O músico estava em um quarto de hotel da Avenida Hercílio Luz em 15 de julho de 1976 quando ocorreu a situação.
Na época da prisão em Florianópolis, o artista foi levado a julgamento e condenado a um ano de prisão por causa de um cigarro de maconha e outra pequena porção da droga. Além dele, o baterista Chiquinho, da banda, foi detido com a droga.
A legislação não previa a figura do usuário de maconha. Ou a pessoa era considerada traficante ou assumia a condição de viciado. E foi o que Gilberto Gil fez, orientado por um advogado: se declarou como viciado e foi condenado a um ano de prisão.
A pena foi substituída pelo juiz por uma internação em hospital psiquiátrico. Segundo o professor Felipe Carlos de Oliveira, mestre em história pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Gil ficou internado quatro dias no Instituto São José Centro de Psiquiatria e Dependência Química, até ser transferido para a Clínica Psiquiátrica Botafogo, onde completou um mês de internação.
"Depois foi liberado, assim como Chiquinho, com a condição de que não abandonasse o tratamento, devendo consultar o médico a cada 10 dias", relembra.
A prisão, conforme o historiador, aconteceu na manhã do dia em que a apresentação estava marcada. "Os músicos foram liberados para fazer o show à noite, conduzidos pela polícia ao local. Depois voltaram à prisão", explica.
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