Julgamento sobre tragédia em Mariana é iniciado pela Corte Britânica

O tribunal britânico iniciou nesta segunda-feira (21) um julgamento para determinar se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton deve ser responsabilizada pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, em Mariana (MG). Mais de 620 mil pessoas estão processando a empresa no Reino Unido devido ao desastre. O julgamento está previsto para durar até 5 de março de 2025. A indenização solicitada, estimada em 36 bilhões de libras (R$ 266 bilhões), pode se tornar a maior da história da Justiça britânica e uma das maiores do mundo.

Em comunicado, a BHP afirmou que está colaborando com autoridades e outros envolvidos para alcançar uma solução justa e abrangente de compensação e reparação, priorizando que os recursos permaneçam no Brasil, beneficiando as pessoas e o meio ambiente afetados. A empresa também ressaltou que continua sua defesa no processo no Reino Unido, argumentando que a ação judicial interfere e duplica os esforços que já estão em andamento no Brasil.

Embora o julgamento ocorra na Inglaterra, a Corte de Londres baseará sua análise na legislação ambiental e civil brasileira. A mineradora Vale, sócia da BHP na Samarco, não é parte do processo no Reino Unido, mas um acordo entre as duas empresas estabelece que, caso a BHP seja condenada, ambas dividirão os custos das indenizações. As mineradoras informaram que já desembolsaram mais de R$ 57 bilhões em compensações a diferentes partes afetadas, por meio da Fundação Renova.