Vaticano aprova normas que permitem que homens gays se tornem padres

O Vaticano aprovou novas diretrizes elaboradas pelos bispos italianos, permitindo que homens gays ingressem nos seminários desde que se comprometam a manter o celibato. Essa medida marca uma mudança na abordagem da Igreja Católica em relação à formação de futuros padres.

Embora o Vaticano nunca tenha proibido explicitamente a entrada de homens gays no sacerdócio, uma instrução de 2016 reforçava que os seminários não deveriam admitir candidatos com "tendências homossexuais profundamente arraigadas". As novas regras, divulgadas nesta quinta-feira (9) no site da Conferência dos Bispos Italianos, indicam que a orientação sexual deve ser considerada apenas um dos aspectos da personalidade do candidato.

“As tendências homossexuais no processo de formação devem ser avaliadas dentro do contexto mais amplo da personalidade do jovem, sem reduzi-lo apenas a essa característica”, afirmam as diretrizes.

Os bispos italianos aprovaram o documento em novembro de 2023. Ele conta com uma nota do gabinete do clero do Vaticano que valida as diretrizes por um período experimental de três anos.

O Papa Francisco, que lidera a Igreja desde 2013, tem adotado uma postura mais acolhedora em relação à comunidade LGBTQIAPN+. Ele permitiu, em alguns casos, que padres abençoassem casais do mesmo sexo. No entanto, a presença de homens gays no sacerdócio continua sendo um tema delicado, com muitos padres gays expressando temor em abordar sua sexualidade abertamente.

Vale lembrar que Francisco também endossou a instrução de 2016, que atualizava um documento anterior emitido pelo Papa Bento XVI em 2005. As novas normas refletem um esforço contínuo para equilibrar tradições e inclusão no seio da Igreja.

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