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Por: Sites da Web
O procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba, calculou na sexta-feira (9/10) que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e outras estatais e órgãos públicos chega a pelo menos R$ 10 bilhões. Ao defender as delações premiadas como "o motor" da operação, Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto de gasolina suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco esquema de corrupção.
"As colaborações premiadas agilizam as investigações, funcionam como agentes catalisadores que potencializam a investigação. Antes da primeira colaboração tínhamos uma investigação envolvendo R$ 26 milhões. Depois das colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$ 10 bilhões. Não são pontos de chegada, mas ótimos pontos de partida. Não abreviam o caminho, mas temos um vislumbre do caminho mais provável para chegar às provas e evidências que precisamos para acusar alguém", disse o procurador.
"Temos corrupção descoberta em outros órgãos públicos além da Petrobras, como Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Caixa Econômica Federal , Eletronuclear e outros casos ainda em investigação", afirmou. Somente na estatal do petróleo, foram pagas propinas de R$ 6,2 bilhões, mas os prejuízos gerais da empresa são de cerca de R$ 20 bilhões, segundo Dallagnol. Para chegar a este valor, o procurador somou as propinas com superfaturamento de contratos.
"Apenas a propina da Petrobras envolveu R$ 6,2 bilhões. É parte do prejuízo. (Somando o) lucro ilícito das empresas com prática de superfaturamento envolvendo cartel, provavelmente o prejuízo superará os R$ 20 bilhões", disse Dallagnol em entrevista depois de fazer palestra sobre a campanha "10 Medidas contra a Corrupção", no XXI Congresso Nacional do Ministério Público.
Valor semelhante, de R$ 19 bilhões, já havia sido calculado por policiais federais envolvidos na investigação de desvios na Petrobras. Os R$ 10 bilhões citados pelo procurador resultam da soma dos R$ 6,2 bilhões da Petrobras com as propinas pagas em outras instituições públicas investigadas na operação. O procurador disse não ter ainda o cálculo dos prejuízos totais sofridos pelos outros órgãos públicos alvos da Lava Jato, além da estatal petrolífera.
Dallagnol rejeitou a tese de que as investigações paralisaram grande parte da economia brasileira, por causa da suspensão de contratos das empresas envolvidas no esquema de corrupção.
"A apuração do crime não prejudica a economia, o que prejudica a economia é o crime praticado. É o mesmo que culpar o investigador por ter encontrado o cadáver", comparou. Segundo o procurador, as investigações ainda vão durar "alguns anos".
"Se parássemos agora (de levantar novas informações sobre o esquema), ainda teríamos material para pelo menos um ano. Mas devemos ter novas colaborações e novos veios de investigação", disse.
A campanha "10 Medidas contra a Corrupção" pretende recolher assinaturas para que seja apresentado um projeto de iniciativa popular ao Congresso. A exigência legal é de cerca de 1,5 milhão de signatários. Até agora foram obtidas 370 mil assinaturas.
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