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Editorial: em época de pandemia é importante exercitar a empatia

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Editorial: em época de pandemia é importante exercitar a empatia

Precisamos neste momento, mais do que nunca, exercitar a nossa empatia

Por: Camaçari Notícias

(Foto: Reprodução)

O ano de 2020 começou trazendo um fato ao qual a população mundial não está acostumada, uma pandemia. E talvez, por ser uma novidade, as pessoas não estão sabendo lidar com uma doença que mostra a cada dia o quanto pode ser devastadora.

Não fugindo à regra do resto do país, Camaçari também parece não ter entendido muito bem do que o coronavírus se trata, basta ver as filas nas casas lotéricas e bancos, os bares nos bairros mais afastados do centro, os muitos carros estacionados em ruas predominantemente comerciais, mesmo o comércio estando de portas fechadas.

Uma boa parcela da população ainda não entendeu a importância do distanciamento social para controlar a disseminação do vírus. Muitos daqueles que foram dispensados do serviço, acham que estão de férias e que, portanto, podem fazer um churrasco na porta de casa, ir à praia, sentar no barzinho para tomar uma cerveja. Mas será mesmo que temos clima para comemoração, com pessoas morrendo todos os dias?

O prefeito Elinaldo Araújo, em uma medida muito acertada, decretou o fechamento de instituições de ensino, academias, shoppings, comércio, enfim, todos os lugares que costumam reunir uma grande quantidade de pessoas. E quais foram as consequências? Adolescentes aproveitaram o horário em que deveriam estar na aula para ‘bater um baba’. Logo no início das recomendações, quando as empresas começaram a liberar os funcionários, os quiosques da Praça da Simpatia foram os primeiros a ficar cheios de gente.

Ninguém parecia acreditar que o Covid-19 chegaria a Camaçari, mas ele chegou. E até a tarde desta terça-feira (07), o município já registrava 10 casos confirmados.

Apesar de os idosos serem mais vulneráveis à doença, os jovens também se contaminam e também morrem. No final do mês de março, Maurício Suzuki, de 26 anos, morreu em São Paulo, vítima do coronavírus, apenas 10 dias depois de ter sentido os primeiros sintomas. E o que chama a atenção neste caso é que, além de jovem, Maurício era atleta, corria maratonas, ou seja, era uma pessoa saudável. A vítima mais nova do Covid-19 no Brasil até agora foi um bebê de apenas cinco dias de vida, morto no Rio Grande do Norte.

É importante salientar que mesmo que a pessoa seja jovem e saudável, e passe pela doença sem grandes complicações, ela pode contaminar outras pessoas que tenham a saúde mais frágil e que talvez não suportem as consequências da enfermidade.

No meio disso tudo há também quem sofre pela falta de opção. Cidadãos que precisam trabalhar e que têm enfrentados ônibus lotados para se deslocar. A medida de redução da frota de transporte público levou em consideração que haveria menos gente para utilizá-lo, mas o que aconteceu foi que quem ainda precisa, ficou com poucas opções de horário, o que levou à superlotação.

E o que dizer do oportunismo de alguns comerciantes? No decreto municipal, o prefeito autorizou o funcionamento de farmácias, supermercados, o chamado comércio essencial. Tudo ótimo, se não fosse pela disparada nos preços de alguns produtos. A famosa placa de ovos de R$ 10 já pode ser encontrada por R$ 17, como denunciou uma moradora de Monte Gordo. E o álcool em gel? Esse já foi vendido por R$ 30, R$ 40 no Centro de Camaçari, pelo menos o dobro do que costumava custar.

Tudo isso se deve à ‘oferta e procura’. Porque se tem o time daqueles que acham que o coronavírus é só uma gripe, tem a turma que acha que o mundo vai acabar nos próximos dias e começaram a estocar produtos. Se o item falta e a procura continua, o preço aumenta, porque a demanda passa a ser mais alta que a oferta.

Precisamos neste momento, mais do que nunca, exercitar a nossa empatia. Deixar o egoísmo de lado e pensar no outro. Afinal, para quê comprar 10 garrafas de álcool em gel se a quantidade necessária para higienizar as mãos é tão pequena e só deve ser usada na ausência da velha água e sabão? Para quê comprar todo o estoque de feijão do mercado se você não vai dar conta de consumir, vai acabar estragando e tendo que ir parar no lixo, enquanto outras pessoas não conseguiram comprar?

A crise é grave, mas não chega ao ponto de ter que estocar comida. Cada um de nós só precisa de atitudes simples, como lavar as mãos sempre e ficar em casa, se possível. Só isso já ajuda muito. Lembrando também de higienizar a casa e manter sempre o ambiente arejado. Uma boa alimentação e exercícios físicos (em casa) também estão liberados e a internet está recheada de conteúdos para isso.

Ah! E aproveite que está com o celular (também higienizado) nas mãos e não compartilhe fake News, elas só servem para causar pânico na população e deixar as pessoas mais cheias de dúvidas.

Se resguardar e cuidar uns dos outros é o que mais importa agora. Vamos enfrentar essa pandemia juntos, cada um na sua casa, e vamos vencê-la.

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