"Mural da Vergonha" expõe condições das UPAs em Camaçari

Enquanto a missa campal em homenagem ao padroeiro de Camaçari, São Thomaz, acontecia em um lado da Praça Desembargador Montenegro, próximo dali, os profissionais de saúde de Camaçari, em greve desde o dia 23 de dezembro do ano passado, faziam um manifesto silencioso que chamaram de “mural da vergonha”.

O protesto consistiu em um varal improvisado, onde foram fixadas fotos que mostram a realidade da estrutura física das Unidades de pronto Atendimento de Camaçari.

Olhando as imagens, as pessoas conseguem entender porque aquele varal estendido recebeu o nome de ‘mural da vergonha’. Antônio, morador de Camaçari que participava da festa ao padroeiro disse que estava feliz pelo dia de São Thomaz, e ao mesmo tempo triste com as imagens, e completou: “Em uma cidade onde a arrecadação anual é bilionária, não há explicações para que as UPAs se encontrem nessas condições. O serviço de saúde é prioridade, mas, os interesses políticos visam outras coisas. Lamento pelo povo sofrido”, completou.

Rato morto em reservatórios de águas, mobílias em condições precárias, ferrugens, infiltrações, mofo, rede elétrica comprometida, goteiras, são alguns dos principais problemas apontados no mural.

Além das UPAs sucateadas, os médicos sofrem com salários atrasados, falta de segurança, sobrecarga de trabalho por conta de contingente insuficiente, entre outras situações que levaram os profissionais a deflagrarem a greve que já dura mais de 15 dias.