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Saúde
Estudo argentino aponta que cepas de alto risco do vírus podem estar associadas a um aumento na morte de espermatozoides, sugerindo novos caminhos para a pesquisa sobre fertilidade masculina.
Por Camaçari Notícias
Pesquisadores têm explorado há anos se infecções por papilomavírus humano (HPV) em homens poderiam impactar a qualidade dos espermatozoides e, consequentemente, a fertilidade masculina. Agora, um estudo preliminar, publicado na última sexta-feira (23), sugere uma possível relação entre infecções por cepas de HPV de alto risco e um aumento na taxa de morte de espermatozoides.
Conduzido pela equipe da professora Virginia Rivero, da Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, o estudo foi publicado no jornal científico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology. A pesquisa analisou amostras de sêmen de 205 homens adultos que frequentaram uma clínica de urologia entre 2018 e 2021. Nenhum dos participantes havia sido vacinado contra o HPV. O vírus foi detectado em 39 dessas amostras, com a cepa de alto risco HPV 16 sendo a mais prevalente.
Os resultados mostraram que as infecções por HPV de alto risco estavam associadas a níveis significativamente mais altos de morte de espermatozoides, em comparação com infecções por cepas de baixo risco. Além disso, essas amostras apresentaram indicadores elevados de estresse celular, sugerindo danos ao DNA dos espermatozoides.
No entanto, é importante destacar que o estudo não encontrou redução nos marcadores padrão de qualidade do sêmen, como concentração ou motilidade dos espermatozoides, mesmo entre aqueles com HPV de alto risco. O urologista Bobby Najari, do NYU Langone Health, que não participou do estudo, tranquiliza casais que desejam engravidar: "Embora haja um aumento na quantidade de espermatozoides moribundos em homens com HPV de alto risco, a contagem geral desses espermatozoides ainda é baixa."
A pesquisa, apesar de preliminar, lança luz sobre a importância de investigar mais profundamente a relação entre HPV e fertilidade masculina. O estudo também sugere que pode ser benéfico considerar o rastreamento de homens para infecções por HPV, especialmente aqueles com problemas de fertilidade conhecidos.
Além disso, a prevenção continua sendo uma ferramenta essencial. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomenda a vacinação contra o HPV para meninos e meninas a partir dos 11 anos, como uma medida eficaz para prevenir infecções por HPV de alto risco e, potencialmente, proteger a fertilidade no futuro.
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