Entidades da saúde pedem à Anvisa que monitore produtos hormonais em chips de beleza

Especialistas consideram preocupante o aumento do uso de implantes hormonais manipulados, conhecidos como "chips da beleza", que não têm aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esses dispositivos, dependendo da combinação de substâncias, prometem diversos benefícios, como perda de peso, aumento da libido e melhora de sintomas da menopausa. No entanto, seu uso apresenta riscos significativos à saúde, com efeitos adversos frequentes, especialmente cardiovasculares, como infarto e derrame.

O tema foi debatido no 79º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Brasília entre 20 e 22 de setembro. Esses produtos contêm esteroides anabolizantes e são comercializados, muitas vezes, por profissionais não habilitados, sem supervisão adequada. Não existem evidências científicas que comprovem sua segurança e eficácia.

Clayton Macedo, presidente de várias associações médicas, alertou para os danos ao fígado e a infertilidade associados a esses produtos. Em resposta a essas preocupações, 19 sociedades médicas solicitaram à Anvisa a proibição da fabricação e comercialização de medicamentos hormonais não registrados.

Durante o encontro, foi apresentada uma proposta de resolução contra esses implantes, reforçando que não se opõem a produtos aprovados, mas sim à venda de produtos não regulamentados. Macedo criticou a falta de controle e a promoção de implantes hormonais em redes sociais, onde voluntários são utilizados como cobaias. As sociedades médicas pedem que a Anvisa regule a manipulação de medicamentos, permitindo apenas a via de administração aprovada.

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