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Saúde
Corte de financiamento pode comprometer tratamento de milhões de pessoas e reverter décadas de progresso no combate ao HIV
Por: Camaçari Notícias
A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação nesta terça-feira (28) com a decisão dos Estados Unidos de suspender o financiamento de programas de combate ao HIV. A entidade alertou que a medida representa um "retrocesso" nos avanços da saúde global e pode resultar em uma "ameaça global".
A administração do ex-presidente Donald Trump já havia anunciado cortes na ajuda humanitária ao organismo desde sua posse, e agora a OMS teme que a interrupção do financiamento aumente significativamente o risco de morte de pessoas que vivem com HIV, além de comprometer os esforços de prevenção da transmissão do vírus.
Retrocesso nos avanços contra o HIV
Segundo a OMS, os programas financiados pelos EUA fornecem acesso ao tratamento da Aids para mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países de baixa e média renda. "Pode levar a aumentos em novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e potencialmente levando o mundo de volta às décadas de 1980 e 1990", afirmou a organização em nota.
A entidade pediu ao governo dos EUA que conceda isenções adicionais para garantir a continuidade dos programas de tratamento e cuidados vitais para o HIV.
EUA: principal financiador global no combate à Aids
Os Estados Unidos são os maiores doadores da OMS, fornecendo cerca de 18% do financiamento total da organização. No combate ao HIV, o país financia 75% do programa da OMS para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, além de ser responsável por mais da metade das contribuições para o combate à tuberculose.
O principal programa norte-americano na luta contra a Aids é o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para a Luta contra HIV/Aids), criado em 2003 para controlar a pandemia até 2030. Presente em mais de 50 países, o programa tem sido fundamental na prevenção, tratamento e atendimento a milhões de pessoas que vivem com HIV.
Para o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundacão Oswaldo Cruz), os cortes norte-americanos colocam em risco inúmeras iniciativas de saúde global. "Com a saída dos EUA, esses financiamentos estão ameaçados, o que pode impactar de forma severa os países mais vulneráveis", alerta.
Histórico de conflitos entre EUA e OMS
Essa não é a primeira vez que os Estados Unidos ameaçam a colaboração com a OMS. Em 2020, Trump tentou retirar o país da organização em meio à pandemia de Covid-19, alegando falhas na gestão da crise sanitária. A medida foi revertida pelo atual presidente Joe Biden em 2021.
Agora, com a nova suspensão de recursos, especialistas temem que o impacto seja ainda mais profundo, especialmente na luta contra doenças infecciosas que afetam populações vulneráveis em todo o mundo. A OMS segue pressionando os EUA para que reconsiderem a decisão e garantam a continuidade dos programas que têm salvado milhões de vidas.
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